O Festival Iminente é muito mais do que música, aliás é muito mais do que arte. Como o que faz o seu criador, Vhils. Num mural, numa utilização de materiais diferentes, com a sua criatividade indomável, Alexandre Farto fala sobre cidades nas suas obras. Sobre as cidades que são esse cruzamento nem sempre simples entre pedras e pessoas. Entre paredes e faces.
Muitas faces. Como é que elas marcam a cidade e que cidade é para elas?
A obra de Vhils no Festival Iminente fala disso mesmo:
E este é o principal mote de um Festival que nasceu há 6 anos e já passou por Oeiras e Monsanto. Este ano está de novo na Matinha, em Lisboa oriental.
Unir as faces, juntar mundos, misturar, baralhar e dar de novo. “O Festival Iminente é pluralista e diferente dando espaço a todos”, diz Vhils. Por isso é que, todos os anos, o objetivo é abri-lo “a toda a cidade”.
Isso quer dizer que o trabalho não é feito num gabinete com agendas de marcação de músicos e artistas. É feito na rua, mais precisamente nos Bairros, num programa de Workshops que leva artistas a vários espaços urbanos da cidade – curado por António Brito Guterres.

O Iminente, “aproxima as comunidades aos seus territórios e à produção artística”, como diz Carla Cardoso, a diretora do Festival que decorre entre dia 22 e dia 25 de setembro num espaço da Matinha.
É aqui que entra a Mensagem.
No ano passado a Mensagem visitou apenas o Festival, assistiu aos concertos, viveu o espírito. Este ano estamos como parceiros: mudamo-nos de armas e bagagens para o Espaço Histórias, com toda a redação a trabalhar a partir de lá, e dinamizamos um conjunto de reflexões e fazemos entrevistas ao vivo.



Carla Cardoso explica a escolha da Mensagem: “O Iminente quer receber todos e tem como missão principal quebrar barreiras e estereótipos sobre categorizações, a começar pelo público. É construído com uma abertura grande e em discussão com as comunidades locais, que participam na programação e são ao mesmo tempo o seu público privilegiado. Trabalhamos num Festival de base comunitária e a Mensagem tem um papel central nesta comunidade diversa que é Lisboa.
É por isso que a parceria com a Mensagem é fundamental para a construção desta Ágora. Connosco constroem um programa que, a partir da Matinha e dos Bairros em que trabalhamos, leva mais longe estas mensagens. Que todas as histórias da cidade e destas diversas comunidades que a habitam sejam ouvidas!”





E nós respondemos: que assim seja.
Esta semana entrevistámos a fadista de Chelas, como ela própria se define, Sara Correia. Podem ver a entrevista aqui:
E falámos com empreendedores dos projetos Bazofo, A Avó Veio Trabalhar e Bandim –
os “criadores de bairro” que estão a vender as suas peças e produtos no festival, sobre os seus negócios, verdades e erros, o que aprenderam, o que é preciso para sair do ciclo da economia do bairro e passar a ter um negócio de sucesso. Vamos falar do que é ser empreendedor e de como se mede o sucesso? Que medos se têm de combater? O que é sustentabilidade? Dá para pagar as contas?
Podem ver aqui:
Dia 23, sexta feira, o programa é este:
19h30 – Conversa – O rap é melhor em crioulo?
Com: Juana na Rap, a jornalista Karyna Gomes, Ana Garrido, da Comissão Europeia e Heidir Correia do Kova M Estúdio.
Pergunta provocatória para abrir o debate. O crioulo é falado por muita gente em Lisboa e entrou no ouvido através da música. Mas o que é que significa? Porque é que tantos rappers cantam em crioulo? O que significa esta língua para eles – poder, comunidade, diferença? E que efeito tem no público?
20:15 – No palco Cinestúdio a apresentação do Rap da Europa pela equipa Kova M Estúdio (uma iniciativa curada pela Mensagem no âmbito do Dia da Língua da Comissão Europeia/Parlamento Europeu)
Dia 24, sábado, temos entrevista com os B2B – Batida e Bonga. Um choque de gerações que o Iminente proporciona. Às 18:30.
E às 19:30 uma conversa bem atual: As bicicletas não são para todos?
Com Henrique Chaves, sociólogo e doutorando em Políticas Públicas na Universidade de Aveiro, autor do Estudo Participativo sobre a Mobilidade em Marvila, Aerton Caesar, licenciado em Relações Internacionais, dirigente do Kriativu e representante do Chelas é o Sítio e Ana Pereira, bycicle mayor de Lisboa, ativista da mobilidade sustentável e membro do Comité Editorial da Mensagem.
Há várias zonas de Lisboa sem ciclovias, nem docas da Gira, e onde as trotinetes não funcionam. Porquê? Será que a conversa sobre mobilidade suave é para betos? E porque quem mais delas precisa não as tem? Não havia maneira de pensar nisto de forma mais equitativa?
No domingo, dia 25, às 18:30 a muito aguardada entrevista a Sam The Kid.
Leiam aqui as reportagens dos resultados do ano de trabalho nos bairros da cidade feito pelo Iminente:
Venham ao Espaço Histórias falar connosco – queremos muito ouvir-vos sobre a cidade e aquilo que podemos fazer com ela.
Boa tarde, gostava de saber afinal quando é que a minha emtrevista sai?