logotipo mensagem

Olá, vizinhos!

Antes de mais, esperamos encontrar-vos amanhã, pelas 18:30, na reunião de redação aberta para debater a nossa cidade de Lisboa – para já, ainda em Zoom. Podem inscrever-se aqui para receber o link e participar. Não é preciso outro registo.

Depois, falar-vos um pouco desta Lisboa, cidade próxima e distante. Suficientemente pequena para nos cruzarmos frequentemente com pessoas que conhecemos (mesmo considerando o que se convencionou chamar Grande Lisboa). Por vezes grande demais: há prédios e prédios onde não nos conhecemos uns aos outros, poucos movimentos cívicos, menos ainda de vizinhos ativos (com exceção honrosa, dos que nasceram no Facebook), pouca mobilização cívica – mesmo de base, das que não têm objetivos políticos.

Não é difícil perceber isto a olho nu, mas quem lida com a cidade do ponto de vista jornalístico, e começa a percebê-la melhor e mais profundamente, chega à mesma conclusão.

É por isso que surpreendem movimentos como o da Rua Cidade de Manchester que esteve esta semana em destaque na Mensagem: um grupo de vizinhos conseguiu transformar uma rua, que até era inóspita, com uma escadaria, num cantinho familiar. Um sítio onde as pessoas já começavam a não se conhecerem umas às outras, num bairro, o de Arroios, em plena gentrificação, passou a ser um lugar onde já se tratam pelo nome, conhecem-se, deixam-se ficar em dois dedos de conversa.

“Sair, conhecer quem passa e sorrir, faz muita diferença!” E assim é a Rua de Manchester

Há uma rua em Arroios que se distingue de todas as outras ruas no bairro. […]

Foi esse conhecimento que criou a empatia suficiente, neste caso, para uma revolução naquela rua. A empatia, sendo a capacidade que alguém tem de relacionar-se com os sentimentos do outro, de percebê-lo e chegar até ele, é o cimento de uma cidade saudável. E é também o antídoto para muito do que, hoje, ameaça a nossa vida em sociedade. Muitas dessas ameaças começam, por isso, a combater-se aqui, na proximidade das nossas ruas, nos encontros de elevador, na bica ao balcão do café da esquina.

Esse é, também, um dos propósitos a que nos dedicamos aqui, na Mensagem de Lisboa: dar a conhecer o que se passa, quem vive na cidade e quem a faz.

É isso que temos feito, por exemplo, com os vários artigos que temos publicado e que mostram quem é e como vive a população que vive sem abrigo, em Lisboa – um tema cada vez mais importante num país em crise profunda. Com reportagens como a que contou a história do Sr. Jorge, que ficou na rua para tratar da mulher, doente.

Para cuidar da mulher, Jorge ficou sem-abrigo e escondeu-o dos filhos. “Se eu lhes dissesse, eles riam-se”

Estava com um dos filhos, em casa, quando ambos ouviram tocar à porta naquele dia. […]

Ou as crónicas de Jorge Costa que nos tem contado, num relato simples e arrepiante, o fácil que é cair numa tempestade perfeita de azares. E o que é, na primeira e lúcida pessoa, viver na rua.   

“Não podes ir pedir assim vestido. Muda de roupa e vamos à vida!” Dicas de uma sobrevivência sem abrigo

Acordei. Por momentos não sabia onde estava. Mas rapidamente me veio à mente o dia […]

 Ao contrário do que nos ditariam as políticas de busca de cliques, rejeitamos polémicas espúrias e tentamos, antes, dar a conhecer o que não se conhece, o outro lado, a parte que nos falta para percebermos o todo.

Não é que a polémica esteja proibida. Pelo contrário, ainda recentemente aconteceu, tanto com as ciclovias – mais uma vez – e a calçada portuguesa – em dois textos que acolhemos, dos nossos leitores, e que provocaram variadas reações – uma delas dando origem a mais um texto de resposta, também enviado por um leitor.

A calçada portuguesa tem tudo a ver com a mobilidade

Sabe o leitor, quando embrulhado nos seus pensamentos, de repente, surge-lhe um que faz tanto sentido que […]

“O sexo e a cidade” e as bicicletas voadoras! (Resposta a Tatiana Canas)

Quando li o título do artigo que a Tatiana Canas publicou na Mensagem, e constatei […]

O sexo e as ciclovias

Nascida e criada entre São Domingos de Benfica e as Avenidas Novas, a Estrela e […]

É exatamente isso que pretendemos. A explicação e a compreensão. A partir daqui, nem tudo será consenso, mas será certamente discussão mais informada. Das que fazem evoluir e não travar.

É isso também que desejamos que aconteça amanhã, dia 7, em mais uma reunião de redação aberta da Mensagem. Abrimos as nossas portas (para já virtuais) para, durante cerca de uma hora, ouvir os leitores.

Queremos as vossas críticas, sugestões, histórias. Queremos debater a cidade que amamos. Cada vez mais, porque estamos a conhecê-la cada vez melhor.

E até amanhã!

Catarina Carvalho
Diretora

Para continuar a apoiar a Mensagem de Lisboa pode fazê-lo aqui:

Todo o valor recebido será investido no projeto.

As esplanadas por onde esta semana vou viver

As esplanadas abriram esta semana, mas lá dentro os restaurantes e cafés continuam interditos aos clientes. Tempos estranhos, estes. Ainda ontem (enfim, em 1939), eram alguns […]

A minha Lisboa dentro (presa) há exatos 50 anos

O carro, um Volkswagen, subiu a Rua de Angola, continuou para a Praça do Ultramar e, do lado contrário àquele em que esperava o autocarro, contornou-a […]

A mãe e a besta

Nasci em Lisboa – e nunca vivi nem desejei viver noutro lugar; e, tal como tenho muitas vezes saudades da infância, também sinto a falta das […]

Ninguém fala português em Lisboa? Joel e Rui explicam porquê

Joel, canadiano, visitou Lisboa e apaixonou-se… por Rui. Seis meses depois mudou-se para Portugal e no ano passado o casal teve um bebé. O negócio que […]

O último carrasco de Lisboa: zero mortos

Veja as outras Bandas Desenhadas desta dupla, aqui.

Partilhadas, mas controladas ao segundo: no comando central das bicicletas Gira

Ouve-se o som de uma campainha. Travões a serem apertados, afinados. O toque das ferramentas metálicas. É aqui, no comando central, que as Gira, as bicicletas […]

Passeio pela Tapada das Necessidades, o lugar de Afonso Reis Cabral

Afonso Reis Cabral mudou-se há pouco para o terceiro andar de um prédio na rua da Costa, no bairro das Necessidades. “Foi há uns meses”, calcula, […]