
Olá vizinha (o)!
Será que é mesmo impossível ter casas acessíveis na cidade – um tema que muito se tem discutido nas redes sociais por estes dias? Será que é mesmo impossível não ter trânsito no meio da cidade? Será que não é possível fazer hortas urbanas que sejam suficientes par alimentar uma cidade?
Há várias cidades na Europa que mostram que estas impossibilidades são, afinal, potencialidades. Foi isso que Ricardo Moreira e Irina Pampim contaram na série documental Cidades Impossíveis que a partir desta quarta-feira pode seguir aqui, na Mensagem, todas as semanas:
A impossibilidade descrita no nome da série remete para “a ideia de uma coisa que é impossível, mas que, afinal, pode fazer-se. Mostrar que estava feito noutro sítio era muito importante para nós”, explica Ricardo Moreira. Em Berlim, por exemplo, a equipa procurou mostrar que, entre decisores políticos e sociedade civil, há quem esteja na linha da frente da procura pela concretização do direito à habitação.
Se quiser ver série toda de uma vez só, estaremos na na próxima segunda-feira, no Cinema São Jorge, às 18h. Basta aparecer! Venha!
Aqui, na Mensagem, os episódios serão publicados uma vez por semana, às quartas-feiras, segundo este calendário e temas:
Berlim: 22 junho – habitação
Bruxelas: 29 junho – agricultura urbana
Barcelona: 6 julho – automóveis e superquarteirões
Luxemburgo: 13 julho – transportes gratuitos
Helsínquia: 20 julho – sem abrigo
A estratégia desta série, de ir buscar exemplos internacionais para soluções de problemas é muito o espírito da Mensagem. Por isso estamos orgulhosos desta parceria com o Ricardo e a Irina.
A isto chama-se jornalismo construtivo ou de soluções – e pode encontrar mais informações nestes links. Não positivo, nem de histórias bonitas, mas de histórias de como se resolvem problemas reais e pessoas reais em lugares reais. Dando às pessoas o poder de fazer qualquer coisa, e não apenas serem vítimas das notícias.
Quantas vezes não se sente assim, sobretudo nestes tempos de covid e guerras e inflação?
É isso o que nos diz o recente Digital News Report do Reuters Institute – que em Portugal foi costumizado pelo Obercom do ISCTE: as pessoas estão mesmo a evitar notícias. Em Portugal, 42% dos inquiridos disseram fazê-lo. Porque causam ansiedade, não sabem o que fazer com elas, não confiam e há demasiada política e covid.
Ou seja, há uma missão urgente: devolver as pessoas ao contacto com informação profissional e rigorosa.
Porque não se pode preencher esta missão de forma unívoca, tem de se perceber o que a comunidade quer de nós. Esta semana a Mensagem esteve em Alvalade, a ouvir os lisboetas, numa sessão das nossas redações abertas, na acolhedora Biblioteca dos Coruchéus.
Debatemos a mobilidade com Mário Alves, especialista em mobilidade, Elsa Gentil Homem, presidente da Associação dos Comerciantes de Alvalade e Liliana Madureira, coordenadora da Brincapé e uma série de moradores do bairro. Entre eles, algumas crianças. Sem baias, elas revelaram preocupações com os “carros em cima dos passeios” e o facto de os pais não os deixarem ir de bicicleta para a escola, porque “têm medo”. Eles próprios não se sentem seguros.

Isto deu-nos a ideia de fazer um reunião de pequenos vizinhos, uma reunião de redação aberta só para ouvir as crianças da cidade. Quem alinhava trazendo os seus?
Da reunião de Avalade, um dos vizinhos presentes, o Rui Martins escreveu este texto que é bastante elucidativo da discussão:
Em breve, a Mensagem vai debruçar-se sobre o tema do estacionamento em Alvalade. E podem enviar as vossas contribuições na volta deste correio.
Por falar em contribuições: desde a semana passada a Mensagem iniciou o Projeto Vizinhança – quem gostar do nosso trabalho e quiser participar de forma mais forte, pode tornar-se um membro mais ativo desta comunidade, contribuindo monetarimente, aqui.
— Obrigada a todos por estarem desse lado!
Catarina Carvalho
(Quaquer feedback ou ideia ou crítica, aqui estou em catarina.carvalho@amensagem.pt)
Apoie a Mensagem de Lisboa

O jornalismo que a Mensagem de Lisboa faz, antigamente pagava-se com anúncios e venda de jornais. Esses tempos acabaram – hoje são apenas o negócio das grandes plataformas. E o jornalismo tem de ser suportado pelos leitores.
Com o seu contributo podemos continuar crescer, expandir-nos para zonas que pouco se conhecem, investir mais tempo em melhores histórias.
Faça parte desta comunidde de forma mais profunda e próxima!
Junte-se a nós e contribua:
Estação de metro prevista para o Jardim da Parada: atentado à memória e às árvores ou única solução?
O músico Beau Bledsoe apaixonou-se pelo fado e agora traz outros americanos para ouvi-lo em Lisboa
Viveram na rua e hoje cozinham em restaurantes. Como um projeto da CRESCER lhes mudou a vida
A vergonha ficou no armário. Assim foi a Marcha do Orgulho LGBTI+ em Lisboa
Richard Quest, da CNN, quer que Lisboa, cheia de “alma”, resista ao “excesso de turismo”
Hélder Freire Costa, o último empresário resistente no centenário Parque Mayer
Um segredo de Paula Rego escondido no Palácio de Belém
A circulação automóvel em Lisboa e a fantasia do liberal
Crónica de Vasco M. Barreto e Ilustração de Lia Ferreira
O mais famoso lisboeta: Fernando de Bulhões… o nosso Santo António
Por Nuno Saraiva