Lauro António
Lauro António tinha 79 anos.
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Olá, vizinhos

Esta semana perdemos um dos nossos. Morreu o Lauro António. Lisboa perdeu um dos seus mais dinâmicos cinéfilos, que acreditava que esta era a arte da cidade: na tela, nos argumentos, nos cenários.

Foi de tudo isso que Lauro António nos foi dando conta ao longo do ano em que publicámos as suas crónicas de Lisboa e o Cinema. Ficámos mais ricos com elas, ficamos mais pobres com a sua partida.

Tínhamos planos para o futuro, que o Lauro não era de ficar quieto e já andava a preparar um encontro de leitores para o café Vava. Foi essa energia que o levou a procurar-nos, logo no primeiro mês da Mensagem, porque queria mesmo escrever sobre esta cidade que amava e o cinema que professava.

“Não é no cinema”, disse-nos, num encontro no seu Vava. “É: Lisboa e o cinema!” Isso fazia imensa diferença porque não ia falar só do que todos vemos nos ecrãs. Era do que só ele podia contar: esses bastidores de que poucos sabiam, os lugares onde o cinema passou na cidade, e as suas histórias pessoais, do que ele próprio tinha feito pelo cinema também – nomeadamente no CineClube que funcionou no Apolo 70, e que foi um dos textos mais lidos desses primeiros tempos. Tudo o que uma história de 79 anos – a maior parte passados aqui – acumulara.

Uma cidade é feita de muitas forças vivas, e a Mensagem tem como uma das suas missões congregá-las e mostrá-las. O Lauro António era uma parte muito importante desta cidade. Por isso esta newsletter é-lhe dedicada. Por todo o orgulho que nos deu ao escolher-nos. Por tudo o que fez por Lisboa. Pela sabedoria sem igual. Pelo carinho. Por tudo.

Obrigada, Lauro António.

Aqui, a crónica do Ferreira Fernandes:

Lauro António, dos nossos
Por Ferreira Fernandes

O texto, há semanas aqui publicado, Lauro António abriu-o, assim: […]