É o lugar mais central em que o Festival Iminente acontece, desde que foi criado em 2016 pelo artista Vhils. Mas até onde acontece este ano é uma das muitas provocações que o festival de cultura urbana quer fazer a Lisboa: a 14 e 15 de outubro, o Iminente Takeover toma conta do Terreiro do Paço, com o mote “descentralizar” e os chamados bairros da periferia mais uma vez como protagonistas. E mais uma novidade: a entrada este ano é livre.

A Mensagem de Lisboa é novamente media partner do festival. Em breve, apresentaremos novidades sobre esta parceria.

No ano passado, foi assim, com uma redação ao vivo:

Um cartaz para descentralizar… e unir

Onde melhor que “o centro mais simbólico do país” para questionar a noção de margens? Foi com esta premissa que o Iminente Takeover foi pensado para este ano, sempre como um festival que questiona, que provoca e que inclui, através da música, das artes visuais, da dança, de desportos urbanos, projetos comunitários, conversas e até gastronomia. “Se calhar podemos questionar esta ideia do centro e das margens, e criar uma cidade só com centros”, disse Carla Cardoso, a diretora do Festival, na apresentação, no espaço da Associação Passa Sabi, no Rego.

O Festival é coorganizado com a Câmara Municipal de Lisboa – “mais uma loucura”, como disse Diogo Moura, na apresentação. Para Carlos Moedas, presidente da Câmara, “o Iminente reforça e assenta em valores fundamentais para a nossa sociedade e a relação entre as comunidades e os bairros da cidade”.

Em “ambiente de festa”, há espaço para um arraial integrador, onde o comércio de empreendedores dos bairros periféricos da zona de Lisboa é cabeça de cartaz, com “a melhor cachupa de Lisboa, as épicas chamuças da Alta de Lisboa ou o novo menu saudável do Bairro do Rego, entre outras iguarias”.

A maior parte dos concertos em três palcos serão parcerias entre artistas “que fazem parte da história do Iminente”, e os seus convidados, artistas em ascenção ou que ainda não são tão conhecidos.

O Iminente propõe três palcos e várias artes, como é apanágio do hip-hop e como motores para um só objetivo: “A colaboração e a participação na construção de sociedades mais justas, representatividade e visibilidade”, tão necessárias na saúde de uma cidade. “Ao afastarmo-nos dos centros, podemos potenciar novos imaginários e promover novas possibilidades. Como podemos falar destas ideias no maior centro do país?”, lançam em comunicado.

Carla Cardoso, diretora. Foto: Catarina Reis

“Este ano, estaremos no Terreiro do Paço, local cada vez mais moldado pelo turismo, enquanto as comunidades locais e a cultura urbana estão progressivamente circunscritas a outros centros. Estamos muito contentes por fazer esta edição no coração de Lisboa, com entrada livre, contribuindo para o usufruto desse espaço por quem habita a cidade”

CARLA CARDOSO, DIRETORA DO FESTIVAL IMINENTE

Veja aqui o cartaz completo de artistas:

ON STAGE

14 Outubro
BDK

Branko

Dino D’Santiago & Convidados

Primero G, Juana na Rap, Loreta KBA, Mbye Ebrima, Batucadeiras das Olaias e Active Mess

Fado Bicha convida JUDAS e Rezmorah

Rita Vian

Sam the Kid convida Vludo, Amaura, Orteum e Tom Freakin’ Soyer

Soraia Ramos e Convidados

+

15 Outubro
Cachupa Psicadélica convida John Douglas e Landa

Família Gitana

Ferro Gaita

Omar Souleyman

Pedro Mafama convida Chico Montoya e Diego El Gavi,

House of Pongo com Mosty, Titica, Jazzy, Miriam e Blind

Rome Streetz curated by Versus

T.W.A. (concerto de 20 anos)


OFF STAGEARTE URBANA

Os artistas que estiveram a trabalhar no projeto Bairros com os workshops vão estar expostos no local, com instalações à medida:

c’marie

Cássio Markowski

Dish,

Fiumani

Liberdade Iminente: Ângela Ferreira, Piny e Scúru Fitchádu

Márcio Carvalho

Vhils

Instalações:

Instalação permanente do Projeto Bairros
(saber mais em baixo)

Instalação coletiva de bandeiras
A paisagem do Iminente Takeover terá uma instalação coletiva composta por mais de 70 bandeiras feitas por mais de 70 artistas à volta do Terreiro do Paço. Os que já aceitaram o convite:


±MaisMenos±, Abdel Queta Tavares, Ana Aragão, Ana Rita António, André da Loba, Beatriz Brum,Blac Dwelle, Boris Chimp 504, Camila Nogueira, Cássio Markowsky, Catarina Glam, CAVER, Colectivo RUA, Creyz, Draw e Contra, Diogo “Gazella” Carvalho, Dish, Elleonor, ERROR-43, Fábio Colaço, EXAS, Fidel Évora, Fiumani, Francisco Vidal, Gil Ferrão, Gil Pereira, Guilherme Silva, Halfstudio, Herberto Smith, Inês Garcias, Inês tartaruga Água, João Fortuna, João Louro, Jorge Charrua, Mantraste, Márcio Carvalho, Mariana PtKS, Martinha Maia, Miguel Cardinho, Noah Zagalo, Nuno Viegas, Obey Sktr, Oficina Loba, Onun Trigueiros, Openfield, Pedro Gramaxo, Rappepa Bedju Tempo, Rita RA, Pedrita, Pedro Ventura Matos, Pedro Podre, PichiAvo, Sónia Balacó, Stephan Arte, Raquel Belli, Rita Ravasco, Sepher Awk, Thunders Crew, Tamara Alves, Tiago Hesp, Tiago Marinho, Umibaizurah, Unidigrazz, Youth, Verkron, Vhils.

Liberdade Iminente
A propósito dos 50 anos do 25 de Abril, um projecto de criação de uma instalação multidisciplinar junto do Cais das Colunas que pretende evocar, à luz da contemporaneidade, a data da revolução.

Os nomes convocados são: Ângela Ferreira, Piny e Scúru Fitchádu – artistas portugueses que têm origens nos países que eram colónias (Moçambique, Angola e Cabo Verde). Em conjunto vão criar uma obra que evoque processos políticos de representação e visibilização para falar sobre a descolonização.

Recorde edições passadas:

Conversas curadas por António Brito Guterres:
(intervenientes a anunciar; no palco de carrinhos de choque)

Que lugar a Street Art ainda tem na rua?

Iminente Liberdade

Masculinidades tóxicas

Bairros: 4 anos de worskshops

Um festival para ajudar a resolver problemas reais da cidade

O festival Iminente não se faz só nos dias em que ergue palcos e instalações artísticas e convida a cidade.

Entre junho e Outubro, o projeto Bairros levou workshops artísticos comunitários a cinco bairros ditos “sociais” de Lisboa: Alta de Lisboa (PER 7 e PER 11), Bairro do Rego, Vale de Alcântara e Vale de Chelas.

Artistas como Fiumani, Cássio Markowski, Vhils Studio, Márcio Carvalho e Dish trabalham o tema da descentralização com crianças e jovens.

“Certas artes que são desconhecidas nestes territórios. Não é só terem conhecimento, é dar a oportunidade de experimentarem. Eu acho que quem organizou isto nem imaginou o impacto que ia ter nestes miúdos”.

Carla Alves, associação Geração com Futuro, na Quinta do lavrado, vale de chelas (2022)

A Mensagem esteve a cobrir workshops em cada bairro e irá mostrar o impacto desta iniciativa através de reportagens publicadas a partir desta semana. A partir do próximo fim de semana haverá eventos Dias Abertos nos bairros: dia 16 No Rego, dia 17 no Vale de Alcântara, dia 23 em Chelas e dia 24 na Alta de Lisboa.

Recorde as reportagens feitas no ano passado:


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