Sexta feira, 3 de janeiro de 2020. Mais um dia na cidade de Lisboa. Abri ligeiramente os olhos. Estava um frio de rachar. Mesmo assim tinha conseguido dormir algumas horas. Virei-me para o lado, pois sentia as costas um pouco dormentes e coloquei-me em posição fetal por causa do frio. Com o habitual ruído, os carros já passavam em grande número na estrada. Estava nevoeiro. Tentei aconchegar-me melhor dentro do saco cama, mas sem sucesso. O melhor seria levantar-me. Levantei-me lentamente, espreguiçando-me e massajando a zona lombar. Dobrei o saco cama e olhei à minha volta.
O Zé parecia ainda estar a dormir e cerca de mais dez sem abrigo estavam deitados ainda, encostados ao muro do viaduto. Eu e o Zé tínhamos voltado a pernoitar na zona da Gare do Oriente. Estávamos por baixo do viaduto onde, meses antes, tinha dormido pela segunda vez ao relento sozinho com ele.
Agora existia ali uma espécie de acampamento para pessoas sem abrigo, cuidadosamente gerido em grupo por quem pernoitava no local. Na noite anterior o Chico até tinha feito uma fogueira com umas pequenas estacas de madeira que tinha encontrado num ecoponto. Olhei para a fogueira. Estava extinta. O Rolhas levantou-se também e em voz alta desejou-me bom dia. Devolvi o cumprimento sem olhar para ele.
Como sempre, ao acordar naquele sítio, olhava para a Gare ao longe. No meu passado tinha gostado daquela zona, mas agora detestava-a. Porém, o Zé tinha razão. Para dormir, nada melhor do que o “bairro do Gil” pois existiam muitos mais e melhores sítios para dormir.
Tirei o telemóvel do bolso para ver as horas, um velhinho Nokia 3310 que tinha encontrado num parque de estacionamento. Dava para fazer chamadas, caso carregasse o cartão, mas eu não tinha dinheiro para isso. Servia apenas como relógio de bolso. Oito horas em ponto, lembro-me bem, pois o Mário que também estava a levantar-se, perguntou-me as horas em simultâneo.
O Zé também já tinha acordado e não estava bem. Estava sentado encostado à parede do viaduto com os braços cruzados. Eu já calculava o que se passava. Fui ter com ele e perguntei-lhe se tinha tabaco. Estava muito ansioso, pálido e com os olhos demasiadamente abertos. Descruzou lentamente os braços e ao procurar o tabaco nos bolsos, vi as suas mãos a tremerem.
“Não tens vinho?” perguntei. Ele disse que não. Olhei em redor para o resto do pessoal e perguntei em voz alta se alguém tinha vinho. Quase todos disseram que não, exceto o Rolhas que respondeu com uma pergunta: “tens aí dois paus?” Olhei para ele e, com um tom crítico, perguntei-lhe se queria levar dois euros por um copo ou dois de vinho. Ele suspirou e respondeu com um ar afetado: “eu não; aliás, isto aqui não é nenhuma taberna. bebam água.” O Zé respondeu de imediato à provocação dizendo-lhe secamente: “por mim podes enfiar o vinho todo no cu”; e de seguida disse-me que não tinha tabaco. Procurei dinheiro nos meus bolsos. Tinha apenas alguns cêntimos. Perguntei ao Zé se tinha algumas moedas. Ele acenou a cabeça negativamente.
Nisto, ouvimos o Cardoso do outro lado do muro do viaduto gritar: “eh pá, não cagues aqui!” Ouvimos de seguida o Luís gritando também: “queres que cague onde, na estrada?” Dirigi-me apressadamente ao encontro deles. Deparei com o Cardoso a ameaçar o Luís com um punho fechado e o Luís a levantar-se respondendo à ameaça ainda com as calças à volta dos tornozelos. Coloquei-me rapidamente entre os dois e perguntei ao Cardoso se ia bater num homem a cagar. E realmente cheirava muito mal ali. Olhei para trás e constatei olhando para o chão que o Luís estava com diarreia.
Tínhamos combinado entre todos não fazermos ali as nossas necessidades, pois era o sítio onde dormíamos, mas era evidente que o Luís não teve tempo de ir a outro lado. Por isso, aconselhei calma ao Cardoso, puxando-o por um braço e dizendo ao Luís para acabar de fazer o que estava a fazer.
Quando demos a volta ao muro de novo, deparámos com mais um problema: o Chico, enervado, perguntava alto e a bom som quem lhe tinha tirado cinco euros da mochila. E uma algaraviada de respostas faziam-se ouvir: “’tás maluco”, “já ’tás é bêbedo”, “aqui ninguém te roubou nada”, “vai pó caralho”, “não dormes mais aqui”, até que o Carmo disse em tom acusatório que tinha visto o Rolhas a pé de madrugada caminhando “de mansinho” à volta de quem dormia.
A confusão instalou-se. O Chico foi direito ao Rolhas aos berros exigindo o seu dinheiro. O Rolhas respondeu indignado que não tinha tirado nenhum dinheiro chamando mentiroso ao Carmo e este respondeu-lhe insultando-o e chamando-lhe ladrão. O Rolhas dá uma violenta bofetada na cara do Carmo e o Chico tira do bolso das calças uma pequena navalha e corre em direção a ele. O Mário, vindo não sei de onde, interpela o Chico violentamente e caem os dois no chão.
Eu e quase todos corremos para tentar resolver a situação. Quando eu tento segurar o pulso do Chico para lhe tirar a navalha de uma mão, ele dá-me um murro com a outra. Fiquei louco de raiva! Devolvo-lhe o murro com a minha mão esquerda e dou-lhe mais dois com a mão direita. Entretanto, ouço o Mário gritar: “’tá aqui a naifa! Já tenho a naifa!” e ao mesmo tempo alguém me agarra por trás tirando-me de cima do Chico. Vi depois que tinha sido o Zé.
Demoraram alguns minutos para se acalmarem os ânimos. Estávamos todos enervados. As coisas funcionam assim entre os sem abrigo. Passamos os dias e as horas a implodir os nossos sentimentos, a engolir a nossas frustrações e a nossa raiva… Quando há uma altercação qualquer, explodimos em demasia! Mas por fim lá nos acalmámos. E acabámos todos por conversar, ficando no ar a falta de explicação para o desaparecimento do dinheiro, se é que tinha desaparecido.
Deixei de ver o Zé, depois de ele me ter tirado à força de cima do Chico. Olhei em redor e vi-o afastado junto aos primeiros pilares do viaduto. Ele não estava nada bem. Despedi-me do resto do pessoal e fui ter com ele. “Temos de ir buscar vinho, não é?” perguntei retoricamente. Ele olhou para mim, cruzou os braços para esconder a tremura das mãos e caminhámos em direção da Gare. “Zé, tens de parar de beber”, disse eu em tom firme. Ele respondeu que sabia que sim, mas não sabia como.
O Zé estava já num estado em que não funcionava sem beber. Quando bebia, eu esquecia-me de que ele tinha um problema, pois não ficava embriagado. Só quando o vinho lhe faltava é que eu percebia o real problema. Ele precisava de álcool para funcionar. “Vou fazer uma cura como?”, perguntou o Zé. Eu olhei para ele e disse-lhe, satisfeito, que era bom ele ter consciência de que precisava de fazer um tratamento, uma desintoxicação.
Assim que chegámos à Gare, disse ao Zé para se sentar num banco e dirigi-me em passo apressado em direção às escadas rolantes da saída do metropolitano. Olhei em redor, não vi nenhum segurança e comecei a pedir. É evidente que não é crime pedir esmola, mas quando ali se pede sistematicamente prostrado num local, os seguranças podem intervir. Alegam que estamos a incomodar as pessoas.
Uma hora depois, sensivelmente, com muita sorte consegui reunir as moedas suficientes para comprar um pacote de vinho. Comprei de imediato um pacote na loja de conveniência e fui ter com o Zé. Ele estava já deitado no banco. Dei-lhe o pacote de vinho e sentei-me junto dele. Ele sentou-se, agradeceu e rapidamente bebeu uns bons goles de vinho. Lentamente, aos poucos e poucos, gole atrás de gole, foi melhorando. Era como se estivesse a tomar um medicamento.
Finalmente, olha para mim e diz: “nunca te vires a um gajo com uma faca a não ser que tenhas uma.” Eu disse-lhe que não me tinha virado a ninguém e que apenas os queria separar. “Qual a diferença?”, perguntou ele. Não quis responder. Continuei a dizer-lhe que não podia continuar a beber. Talvez pudéssemos ir ao centro de saúde marcar uma consulta, porque o alcoolismo era uma doença. Ele olhou para mim e, calmamente, com o falso sorriso que lhe era característico, respondeu: “eu não sou alcoólico, sou sem abrigo. Os sem abrigo não são alcoólicos, Panda. Os sem abrigo são bêbedos.” Olhei para ele contestando, mas como sempre, eu entendia o que ele estava a dizer.
Estivemos algum tempo ali a conversar, até que eu disse que tínhamos de nos fazer à vida. Decidi ir até Chelas, onde costumava arrumar uns carros junto ao ISEL, pois detestava a Gare do Oriente. Ele disse que não lhe apetecia ir muito longe. Disse que ficava por ali e que se ia deitar um bocado no viaduto. “Vou ver se arranjo guito para mais um pacote de vinho e vou descansar. Estou cansado, Jorge, cansado…” Eu concordei. Mas disse-lhe para ir à Gare à hora de almoço ao carro de apoio. “Tu precisas de te alimentar, Zé.” pedi-lhe eu. Ele anuiu.

Olhei para o relógio. Já passava das onze. Olhei para a estação dos autocarros da Carris e havia muito movimento. Decidi ir até Chelas de autocarro. É mais fácil andar nos autocarros sem pagar quando há bastante movimento, pois os revisores não costumam entrar em autocarros cheios. Entrei entre duas pessoas, faço o movimento com a carteira na máquina eletrónica dos bilhetes fingindo que estou a validar o título de transporte e sentei-me na parte traseira do autocarro. Os condutores, por vezes, reparavam que nós entravamos sem bilhete, mas não diziam nada. Eles não são os revisores e limitam-se a fazer o trabalho deles.
Lembro-me de estar um final de manhã muito bonito e soalheiro, apesar do frio. Lembro-me ao pormenor de muitas coisas dessa manhã e dessa sexta feira. Já vão perceber porquê. Estive em Chelas até ao final da tarde. Regressei novamente de autocarro para a Gare do Oriente. Sentei-me nos últimos bancos traseiros do autocarro contando as moedas que tinha “feito”. Não chegava a cinco euros, mas já tinha gasto algum dinheiro num café e num maço de cigarrilhas barato. Portanto, não tinha sido mau. Mas doíam-me as pernas por ter estado toda a tarde de pé.
Chego à Gare por volta das oito da noite. Ainda era cedo para chegar o carro com a comida, mas talvez o Zé já andasse por ali. Não o vi e decidi ir beber mais um café nas máquinas, que era mais barato. Depois de beber o café, sento-me num banco e acendo uma cigarrilha. Os maços de 10 cigarrilhas são muito baratos, mas o tabaco é de muito baixa qualidade. No entanto, ter uma cigarrilha para fumar no meu possível melhor momento do dia não era mau.
Entretanto vejo ao longe o Mário apressado olhando para mim e vindo na minha direção. De imediato pensei que alguma coisa acontecera pois nunca tinha visto o Mário a andar tão depressa e a dirigir-se a alguém. Quando chegou junto a mim, cumprimentámo-nos e ele ficou de pé olhando para mim. Algo de estranho se passava. Finalmente falou num tom de voz cuidadoso: “Jorge… O Zé morreu.”
Fitei-o durante segundos, atónito. Passados alguns segundos apenas uma palavra me saiu dos lábios: “morreu…?!?” O Mário respondeu: “sim. faleceu…” Por um instante quis acreditar que era uma brincadeira, mas o Mário não estava a brincar. Levantei-me, olhei-o nos olhos e perguntei como. “Caiu de repente no chão” explicou ele “eu e o Cardoso fomos a correr, mas já estava morto. Ligámos para o INEM e o Cardoso foi com eles e com a polícia para prestar declarações para contar o que aconteceu ou uma coisa assim, mas já veio, já ’tá aí.” Fiquei petrificado. Não sabia o que dizer. Não sabia o que pensar.
Perguntei ao Mário o que tinha causado a morte. Ele respondeu que tinha sido um AVC, mas sugeriu-me que perguntasse ao Cardoso. Sentei-me de novo no banco. O Mário sentou-se a meu lado e perguntou se eu tinha uma cigarrilha. Dei-lhe uma e fui à procura do Cardoso. Quando o encontrei ele disse-me que tinha sido um AVC hemorrágico. Pelo menos foi o que ele percebera e que o corpo tinha ficado no Hospital de Santa Maria. Eu perguntei como é que iam ser as coisas e como ia ser o enterro. Ele respondeu de uma forma clara: “se não conseguirem contactar familiares, a Santa Casa ou a Câmara tratam disso.”
De seguida, durante alguns minutos, deambulei lentamente pela Gare. Queria chorar, mas não conseguia. Queria gritar, mas não gritava. Sentia nós no estômago e na garganta. Sentia uma dor inexplicável. Eu tinha de ir a Santa Maria. Não sei fazer o quê, mas tinha de ir. Saí da estação e decidi ir ao hospital. A caminho, só pensava no Zé e o termo injustiça ressoava na minha mente. Como se a justiça ou a falta dela tivessem alguma coisa a ver com o que se estava a passar, mas era a única coisa que eu sentia. E dor. E mágoa.
Caros leitores, vou colocar um ponto final nesta crónica de hoje, poupando a mim próprio e a vocês os restantes acontecimentos duros e mórbidos dessa noite no Hospital de Santa Maria.
Quero apenas dedicar esta crónica ao Zé e acabar estas linhas com essa dedicatória. Eu não acredito nesse tipo de coisas, mas gosto de pensar que o Zé está bem nalgum sítio. No Céu ou coisa que o valha. E que está lá a olhar para mim a ver o que eu faço e como é que me estou “a safar”.
Olha, Zé, já tenho uma casa, vês? E tenho uma cozinha para fazer um petisco. Gostava que estivesses aqui, meu amigo. Preparava-te umas moelas, que eu sei que adoras. Tenho uma casa de banho onde podes fechar a porta e cagar de olhos fechados sem estar preocupado com a mesma, como tu sonhavas. Tenho aqui uma onça de tabaco Amber Leaf, que tu adoras, e tenho mortalhas e tenho filtros! Filtros, Zé! Filtros! Não é cá tiras de cartão enrolado para fumar tabaco das beatas. Tenho máquina para lavarmos a roupa e tenho um frigorífico para guardar as sandochas e ter as bebidas fresquinhas!
E posso ir buscar vinho sem ser de pacote! Roubamos uma nota de cinco ao meu RSI e compramos uma boa garrafa de vinho! E à noite podemos ir beber um café à esplanada! À patrão Zé, como tu dizias! Os dois bem charmosos, limpos e cheirosos a piscar o olho às miúdas, que dizias já ter vergonha de o fazer! Penteados! Homens de novo! Que te parece Zé? Se quiseres, dorme cá. De pijama Zé! Eu dou-te um pijama! E podes deixar as tuas coisas na mesa da cozinha, porque na nossa casa ninguém nos rouba!
Porra, Zé, que necessidade eu sinto de fazer coisas contigo que nunca fiz! Mas o melhor ainda está para vir, amigo. Lembras-te de dizeres que a nós ninguém nos ouve? Estás enganado pá! Aqui o Panda escreve para um jornal agora! Podes acreditar. Temos as nossas histórias online na Mensagem de Lisboa e no Facebook… Lembras-te do homem que mordeu o cão? Eras um fã dele, certo? Olha que ele publicou uma das minhas crónicas no Instagram dele! Muita gente lê, Zé! Muita gente! E comentam! Alguém ainda sente empatia por nós neste mundo…
Zé, foste o homem mais importante da minha vida. Ninguém sabia quem eras ou o que foste, nem eu próprio sabia, porque tu dizias que não importava a ninguém o que tínhamos sido no passado, mas sim o que éramos no presente. Pessoas a viver em condições em que ninguém vive e onde ninguém vive, mas éramos nós que vivíamos lá! E foi lá que te conheci a sobreviver e foi lá que me deste a mão sem ter nada nela para dar! És grande, Zé! Mas tu não sabes isso. E como já disse, gosto de pensar que estás bem e estás a assistir a isto tudo com o teu melhor sorriso. Para te dizer olá em vez de adeus. Estás no meu coração, Zé. Esta crónica é para ti!

Jorge Costa
Morreu aos 55 anos em abril de 2022. Nasceu em Lisboa, cidade onde sempre viveu. Na Mensagem, partilhou a sua experiência da vivência nas ruas, sem teto para viver e para dormir. Foi sem abrigo durante 8 meses, até maio do ano passado. Escreveu sobre esta “difícil experiência, indigna e quase desumana”. Publicou um livro póstumo, Diário de Um Sem Abrigo, na Oficina do Livro.
Bem haja pelo seu testemunho. tenho muito respeito por si. A melhor sorte do Mundo na sua vida.
Jorge,
Escreva mais! Por favor! Comecei a ler as suas crónicas e não consigo parar. Compile num livro, e venda (nas palavras do Zé: “Fazer-nos à vida, caralho!”), mas mais ainda, faça questão de mandar uma cópia a cada um dos deputados que se sentam na assembleia deste país, a ganhar 6k+€ ao mês, e não resolvem esta merda! A indignidade que se aceita cria-me uma raiva que não cosnsigo explicar, e que acho que apenas entendemos pela maneira sincera e simples que nos relata. Sentimo-nos ao seu lado nesta travessia do deserto, em que ninguem faz nada por nós, impotentes.
Uma vez mais …Obrigado Jorge .
Desejo-te tudo de Bom e deixo-te um abraço solidário !
Todo o sem abrigo têm uma história, ninguém nasce assim obrigado por partilhar a sua conosco Jorge numa sociedade onde a empatia não existe mais é fácil julgar mas nunca estender uma mão, fico muito contente por si Jorge obrigada pela humanidade. Todos nós estamos sujeitos na passar pela mesma situação. No meio de tanta podridão arranjou um anjo da guarda para sempre, o Zé está orgulhoso de si. Continue a escrever terei muito gosto em ler. Tudo de bom pra si Jorge.
Jorge, leio as suas crónicas desde o início e gostaria de lhe deixar uma palavra de apreço por partilhar as experiências que viveu como sem abrigo, de certeza que o Zé está orgulhoso de tudo o que conseguiu e consigo perceber o sentimento de que queria tê-lo perto de si e poder proporcionar-lhe uma vida mais digna, nem que fossem apenas pequenas coisas do nosso quotidiano que damos como garantido mas que para uma pessoa que se vê privada delas são tudo, um grande abraço Jorge.
Jorge
Com muito agrado leio as suas crónicas e fico muito contente por de alguma maneira estar a dar a volta por cima. Obrigado por partilhar a sua experiência de vida tão dolorosa. Bem haja e o Zé teve um grande amigo
Quero desde já agradecer todos os comentários e estou muito grato por lerem as minhas crónicas.
Mais uma vez leio a sua crónica e fico de lágrimas nos olhos. Obrigada por dar voz a tanta gente, e por estimular nos seus leitores a empatia. O Zé estará orgulhoso de si. Muito obrigada.
Olá Jorge, partilhamos a cidade durante muitos anos e até nos poderemos ter cruzado de um lado e outro da “barricada” de uma refeição quente estendida numa destas noites de frio.
Contactar esta realidade é essencial para evitar a cristalina transparência de quem vive na rua e perceber os mecanismos por vezes tão simples que levam a esta situação.
Obrigado pela escrita e pela voz que tantos não tem.
Ana Faria, obrigado por falar do Zé no presente. Abraço.
Abraço Nuno. Quem sabe se não nos conhecemos né? Se quiseres falar comigo contata aqui o jornal que eles dão te o meu email.
Jorge, um dia dou as suas crónicas ao meu filho para ele ler.
O Zé, onde quer que esteja, está com certeza orgulhoso do amigo. Um abraço e não pare de escrever! Pense no livro!
Histórias ricas, que nos envolvem a alma. Que nos humanizam. Fantástico amigo Jorge. Fantástico.
Jorge,
O Zê estará certamente orgulhoso, a generosidade que ele teve em estender-lhe a mão, levou a quem hoje em dia, hoje o “panda” possa partilhar connosco uma realidade que a maior parte da população desconhece ou finge desconhecer.
Tal como outras pessoas que comentaram tenho seguido as suas crónicas desde o início, acho que o Jorge tem uma capacidade bastante grande para escrever e relatar o que lhe aconteceu, muito honestamente penso que um livro com as suas experiências iria contribuir para espalhar um pouco a consciência sobre a situação que é estar sem abrigo.
Ao ler os seus artigos vejo que isso pode, ainda” ser uma tarefa dolorosa, estes artigos e eventualmente um livro levam a recordações que muitas vezes são menos boas, mas estou certo que em eventual retrospectiva a seu tempo será tanto valiosa para si como para os demais leitores.
Um abraço
Mais uma vez, agradeço os comentários. Abraços para todos.
Bem que verdadeiro privilégio ler as suas crónicas. São viciantes. Deixando nos a pensar em muita coisa. Deixo uma sugestão, porque não o lançamento de um livro???