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A emoção e o orgulho de ter nas nossas mãos o livro do Jorge. O livro que a Leya/Oficina do Livro apressou, com as crónicas publicadas na Mensagem, mas que acabou por não chegar a tempo para que o Jorge o visse – ele morreu em abril – já está à venda nas livrarias, depois de ter sido ser pré-apresentado na Festa do Livro do Palácio de Belém.

Diário de um Sem-Abrigo: Os dias (e noites) de Jorge Costa a viver nas ruas de Lisboa foi posto à venda nas livrarias a 14 de junho pela LeYa/ Oficina do Livro -, com um PVP de 10,90€. O livro já se estava disponível em pré-venda online. Os resultados das vendas serão usados para uma Bolsa de Jornalismo sobre Pessoas em Situação de Sem Abrigo, na Mensagem.

Jorge Costa Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa mostra o livro a Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, acompanhado por Diogo Moura, vereadora da cultura da CML, e Pedro Sobral, da Leya, presidente da APEL Foto: Inês Leote

Marcelo Rebelo de Sousa, que, com carinho, aceitou logo fazer um dos prefácios – o outro é de Nuno Markl e há ainda um lindo texto da jornalista Catarina Reis – teve o livro nas suas mãos na sua festa dedicada ao livro e à leitura. Pô-lo entre as mãos e contou toda a história a Pedro Adão e Silva que o acompanhava – até a parte da “Bolsa de Jornalismo que eles vão criar para trabalhos jornalísticos sobre o tema”.

O tema dos sem-abrigo é muito caro ao Presidente da República que acompanhava as crónicas do Jorge na Mensagem e ficou surpreso com a sua morte precoce.

Foto: Inês Leote

Também esteve presente, em Belém, Diogo Moura, o vereador da cultura da Câmara Municipal de Lisboa, com quem a Mensagem está a preparar o lançamento oficial do livro – uma vez que foi aprovado um voto para que a CML editasse as crónicas em livro.

E, curiosamente, Pedro Sobral, que na sua condição de presidente da APEL, inaugurou a Feira, foi o grande motor deste livro – foi ele quem contactou a Mensagem para o publicar. O livro teve cuidadosa edição de Rita Fazenda.

Catarina Carvalho conversa com Diogo Moura, da CML. Foto: Inês Leote

Com Prefácios de Marcelo Rebelo de Sousa e Nuno Markl, o livro com as crónicas de Jorge Costa na Mensagem será oficialmente apresentado nas próximas semanas.

A editora Rita Fazenda, a jornalista Catarina Reis e a diretora da Mensagem, Catarina Carvalho. Foto: Inês Leote

“Jorge Costa viveu o ser sem-abrigo com total e contundente independência crítica. Mesmo quando conheceu a experiência de uma casa, estilo quase ‘Housing First’, manteve sempre a ligação à rua, a vivência da rua, a memória da rua. Daí a força do presente testemunho. Distanciado, na análise lúcida do seu percurso, no meio de tantos outros, tão diversos. Capaz de avaliar as fragilidades, mas também a coragem cívica de lutar, até ao fim, por uma causa que sabia coletiva”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, no prefácio.

O livro dá a conhecer, na primeira pessoa, o que é viver na situação de sem abrigo. É o legado do homem que deu voz aos sem-abrigo e que mudou a forma como olhamos o outro, como explica Nuno Mark, também no prefácio que assina: “Ao relatar a sua história, ele relatou a de tantos a quem viramos a cara quando nos cruzamos com eles. Talvez agora que o Jorge Costa já cá não está, ele tenha passado a existir não numa estrelinha a brilhar no céu – não há assim tanta utilidade para estrelinhas, pois não? -, mas no olhar de todos os homens e todas as mulheres que vagueiam pelas ruas, ao frio, ao calor, à chuva, ao vento, sujeitos a violência, a fome, à crueldade de existir.”

O livro de Jorge Costa estará à venda com um PVP de 10,90€

Jorge Costa morreu no passado dia 20 de abril, com 55 anos, em Lisboa, onde nasceu e sempre viveu. Provavelmente, teria morrido anónimo, como tantos outros, como o amigo Zé. Mas as suas crónicas na Mensagem de Lisboa levaram-no ao conhecimento de tantos e tantos. O seu talento conquistou os leitores que o acarinharam, ainda que à distância, neste último ano da sua vida.

“Jorge ganhara este poder de tocar tudo e todos. Por causa dele, todos nós passámos a olhar de maneira diferente aqueles que não têm um teto e com quem cruzamos nos caminhos na cidade. Depois da publicação da primeira crónica, vários leitores encheram as nossas caixas de e-mail e de comentários. Muitos falavam e escreviam de lágrimas nos olhos, como nós, depois do confronto com esta realidade que era, até então, só paisagem na cidade onde vivíamos. Tantos outros arregaçaram mangas, tornaram-se voluntários em Lisboa e até lhe fizeram chegar cabazes”, diz Catarina Reis, na introdução.

Na Mensagem, Jorge Costa partilhou a sua experiência da vivência nas ruas, sem teto para viver e para dormir. Durante oito meses, foi sem-abrigo e teve o céu de Lisboa como teto. Escreveu sobre esta “difícil experiência, indigna e quase desumana”, como a descreveu. Quis dar a conhecer, na primeira pessoa, o que é viver em situação de sem-abrigo. E este livro, agora publicado a título póstumo, cumpre e perpetua o seu propósito.

“Vou escrever sobre o que passei, vou relatar como se vive nas ruas, nem que caia no ridículo. Eu, felizmente, já saí das ruas. E sei o que sofri. Mas muitos ainda lá vivem! E estas crónicas são a voz de todos eles.(…) Espero, assim, que estas crónicas sejam um alerta e que, pelo menos, contribuam para que todos saibam o que é o inferno de sobreviver nas ruas. Sobreviver de formas que pessoas na nossa sociedade nem sequer imaginam viver, mas que pactuam diariamente com essa forma de sobrevivência. É aqui que está a raiz do problema.”
Jorge Costa.

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1 Comentário

  1. Ainda não consegui o livro, posto que moro no Brasil. Tentarei nas livrarias daí. Apesar disso, só a leitura da divulgação me levou às lágrimas e soluços incontroláveis…

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