A 29 de março de 1974 a Direcção da Casa da Imprensa organizou no Coliseu dos Recreios de Lisboa o I Encontro da Canção Portuguesa. Em ambiente de autêntica euforia contra a ditadura – então liderada por Marcelo Caetano- apresentou-se uma longa lista de cantores de protesto: José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Alberto Moniz, Fausto, Fernando Tordo, José Barata Moura, José Jorge Letria, Manuel Freire, o poeta José Carlos Ary dos Santos, o grupo Intróito, Vitorino, Carlos Paredes, entre outros.

Pode ouvir aqui excertos do concerto.

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Foi um momento que parecia prenunciar a Revolução dos Cravos que ocorreria menos de um mês depois, a partir de 25 de Abril de 1974.

José Jorge Letria, um dos participantes e organizadores, conta, no seu livro A Canção Política em Portugal, alguns episódios dessa noite referindo que “os textos de vários cantores foram enviados com grande antecedência para a Direcção Geral dos Espectáculos, a fim de serem submetidos à apreciação dos censores. Por volta das 20:30 do dia 29 de Março foram entregues nos bastidores do Coliseu dos Recreios, razoavelmente truncados, ou mesmo totalmente cortados. Os cantores tomaram contacto com os cortes poucos minutos antes de se dar início ao espectáculo”.

Letria recorda que “Manuel Freire, técnico de computadores numa empresa de Ovar e autor da melodia de ‘Pedra Filosofal’, sobre poema de António Gedeão, (Rómulo de Carvalho) disse, com ironia, que se tinha esquecido das letras das canções no comboio. Os censores tinham-no(s) obrigado a ‘esquecer’. O público compreendeu a metáfora, aplaudiu de pé e cantou em coro” a Pedra Filosofal” e os seus versos que então tinham um significado libertador: “eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida”.

Uma ditadura a lutar pela sobrevivência

No mês de março de 1974 houve três momentos fulcrais que anunciaram a queda da ditadura em Portugal.

  • Primeiro, a 14 de março, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o general Costa Gomes, e o seu vice-Chefe de Estado Maior, general António de Spínola, (autor do livro Portugal e o Futuro, lançado três semanas antes, que defendia uma solução política para a guerra colonial) faltaram a uma cerimónia de apoio ao Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, que contou com a presença dos oficiais generais dos três ramos das Forças Armadas. Os futuros chefes de Estado nomeados após a queda do regime, Spínola primeiro e, depois, Costa Gomes, foram nessa altura demitidos.
  • O segundo momento ocorreu a 16 de março quando oficiais ligados a António de Spínola e ao Movimento das Forças Armadas no Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, tentaram precipitar o golpe de Estado com um movimento de tropas que seria neutralizado pelo regime.
  • O terceiro momento foi este espectáculo no Coliseu dos Recreios de Lisboa. No dia seguinte, na capa do jornal Diário de Lisboa, que dedicou duas páginas ao assunto, lia-se esta legenda a acompanhar uma foto de uma dúzia de cantores, de braço dado, a cantarem a “Grândola Vila Morena”, canção que viria a ser usada como senha passada na rádio para iniciar o golpe de estado do dia 25 de Abril: “Cinco mil pessoas puseram-se de pé e cantaram com toda a força das suas vozes, em uníssono com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Manuel Freire, José Barata Moura, Carlos Moniz e Maria do Amparo e o conjunto “Intróito”, a “Grândola, Vila Morena”. Foi o momento mais alto do I Encontro da Canção Portuguesa, ontem à noite, no Coliseu dos Recreios. As ausências (de certas canções e alguns intérpretes, aliás justamente recordados) ensombraram o “Encontro” – mas foi o encontro “possível”.

Cantigas proibidas

Esta referência final da legenda do Diário de Lisboa aponta à tal proibição de cantar algumas letras de canções. Na verdade, um dos cantores cuja atuação estava prevista, Francisco Fanhais, o “padre Fanhais” cujas “heresias” políticas incomodavam tanto as autoridades civis como as eclesiásticas, foi mesmo proibido de atuar e assistiu ao espectáculo na plateia.

No livro Música Popular Portuguesa, Mário Correia refere que a tensão com as autoridades da ditadura estava omnipresente. Escreve ele que “a rua das Portas de Santo Antão estava ocupada pelas carrinhas do tristemente célebre capitão Maltez; os pides e a polícia à paisana estavam em tudo o que era esquina e lá dentro vigiavam o que se passava, quer no palco quer entre a assistência”.

A reportagem do Diário de Lisboa inclui um texto assinado pela jornalista Regina Louro que explica que depois das primeiras atuações José Jorge Letria resolveu chamar todos os cantores para o palco para passarem, a partir daquele momento, a cantarem as canções, de todos, em conjunto, numa óbvia afirmação de unidade oposicionista e de desafio à autoridade.

Entre as canções que Letria apresentou conta-se “Grande, Grande era Cidade”, que a jornalista disse fazer parte da banda sonora de “um filme que não chegou a ser exibido”, um eufemismo para a proibição pela censura da obra homónima realizada por Rogério Ceitil, depois da estreia ocorrida a 25 de outubro de 1972 no II Festival de Cinema de Santarém. A canção, sobre opressão e miséria, tinha, de facto uma palavra maldita: “Liberdade”.

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Ary foi recebido com assobios e saiu ovacionado

Nessa reportagem do Diário de Lisboa um outro jornalista, Alexandre Pais, assinala um incidente: “José Carlos Ary dos Santos, recebido com um coro monumental de assobios (pôs) o público de pé.”

A seguir, Pais cita a frase com que Ary, poeta e autor de letras de muitas canções famosas na época, calou a plateia. ‘Eu venho cá dizer poesia. Se não gostarem, manifestem-se no fim…” E Alexandre Pais conclui: “No fim de Ary dizer ‘S.A.R.L.’ o Coliseu veio abaixo”.

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Na verdade, a desconfiança do público em relação a Ary estendia-se também a Fernando Tordo e tinha muito a ver com o facto de as carreiras de sucesso desses artistas estarem na altura muito ligadas ao Festival RTP da Canção, que o público oposicionista mais extremado associava à promoção cultural do próprio regime.

Uma desconfiança e desagrado que se estendia a quase toda a música ligeira produzida na época, varrida por essas pessoas com o genérico epíteto de “nacional-cançonetismo”, criando uma clivagem artificial que se prolongaria no pós 25 de Abril e que menorizou o papel politico do lado progressista e pro-revolucionário também desempenhado pela música ligeira – aliás o próprio artigo do Diário de Lisboa assinala as ausências neste I Encontro da Canção Portuguesa de Carlos Mendes e de Paulo de Carvalho com Alexandre Pais a comentar o seguinte: “Em boa verdade, não vejo o que eles iriam lá cheirar”.

Este relato sobre a atuação de Ary dos Santos é coincidente com o que consta no relatório assinado pelo comandante da divisão da PSP. Escreve o Capitão Maltez:

“A segunda parte iniciou-se com o conhecido Ary dos Santos que disse dois poemas, o segundo dos quais, – S. A.R. L. – uma crítica ao capitalismo. No final o público pediu mais um e Ary disse que antes de o fazer queria esclarecer o público que os poemas que dissera ‘para seu próprio espanto tinham o visto da Direcção Geral dos Espectáculos”.

E de facto, o assombro do Captão Maltez pela permissão dada a Ary para dizer o poema SARL justificava-se. Como se sabe, SARL é a sigla de Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada, que é uma forma de sociedade comercial por ações para constituir empresas e, nesse poema que, na verdade, se chama “Sigla”, mas que ficou conhecido como SARL por o estribilho repetir essa designação inúmeras vezes, Ary faz uma crítica social violentíssima, que passa por uma denúncia da guerra colonial, e começa, brutal com estes dois versos:

“A pança do patrão não lhe cabe na pele
a mulher do gerente não lhe cabe na cama”.

O capitão Maltez contou tudo à PIDE/DGS

O relatório do tal “célebre” capitão Maltez, que comandou a 1.ª divisão da PSP que vigiou o espectáculo relata outro caso, ocorrido quando foram distribuídos os prémios que a Casa de Imprensa decidira atribuir e que era um dos momentos simbólicos de crítica à ditadura deste I Encontro da Canção Portuguesa.

No documento, enviado à PIDE/DGS, a polícia política do regime, e ao Comando Geral da PSP, e que é reproduzido no livro Canto de Intervenção de Eduardo M. Raposo, o capitão Maltez escreveu o seguinte:

Quando da distribuição dos prémios de Imprensa, o da Rádio foi atribuído ao locutor Adelino Gomes face às suas reportagens radiofónicas; o apresentador esclareceu que apesar disso Adelino Gomes estava desempregado da rádio e que queria dizer umas palavras. Disse então Adelino Gomes: ‘Tive o prémio de melhor locutor da rádio, mas fui despedido por ter dito algumas coisas e por pretender dizer muitas coisas que vocês deviam saber’. Disse ainda: ‘Fiquei muito sensibilizado com um telegrama que recebi há pouco de um colega que também foi despedido e se encontra na Alemanha – João Paulo Guerra’. Perante tais palavras a assistência, durante quase um minuto, gritou “Fascistas, Fascistas”… Contudo, para arrefecer os ânimos, seguiu-se logo o intervalo”.

Como é evidente, ter uma multidão de cinco mil pessoas, entusiasmada, a chamar “fascistas” às autoridades da época, num tempo em que imperava o medo da repressão policial e a proibição de manifestações políticas, foi um momento excecional, grave e perturbador para o regime.

Mas, apesar de ser impossível esconder o facto, pois certamente essas cinco mil pessoas contaram depois, a quem podiam, o que se passara no Coliseu, não se podia publicar nos jornais que tal coisa tinha acontecido.

No Diário de Lisboa o incidente não é relatado, certamente por causa da censura, mas reproduz-se uma significativa declaração do júri que atribuiu o prémio a Adelino Gomes, onde se dizia que ele era dado “pelas inegáveis qualidades que, como repórter radiofónico, desenvolveu para o programa Página Um, da Rádio Renascença, assumindo convictamente todos os riscos e deveres da sua profissão, e da qual o júri lamenta o seu prolongado afastamento”.

“Grândola” e mais “Grândola”

A vedeta da noite era José Afonso. O jornalista Alexandre Pais, usando uma linguagem de subentendidos para contornar a censura, no Diário de Lisboa, explica que “ele catapultou grande parte da multidão em direcção à airosa salinha da Rua Eugénio dos Santos. Cantou ‘Grândola’, ‘Milho Verde’ e ‘Grândola’ como alternativa. Pôs todo o Coliseu a balançar, a cantar, a delirar”.

Da esquerda para a direita: José Barata Moura, Vitorino, José Jorge Letria, Manuel Freire, Fausto, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.

Note-se que rua Eugénio dos Santos foi o nome da rua das Portas de Santo Antão, onde está o Coliseu, de 1911, durante a República, até 1956, em pleno Estado Novo.

De facto, a lista de canções proibidas em cima da hora do concerto pela Direcção Geral de Espectáculos, publicada no livro de Eduardo M. Raposo, incluía várias de José Afonso como “Venham mais Cinco”, “Menina dos Olhos Tristes”, “A Morte Saiu à Rua” ou “Gastão Era Perfeito” e foi por isso que José Afonso acabou por cantar duas vezes a “Grândola, Vila Morena” e uma vez o tema de raiz popular chamado “Milho Verde”, uma canção originária da Beira Baixa que fazia parte, tal como “Grândola, Vila Morena”, do histórico álbum de 1971, Cantigas do Maio.

No livro Cantores de Intervenção o autor cita José Jorge Letria, que diz ter sido por sugestão da organização que José Afonso cantou a Grândola.

Noutro livro, Silêncio Aflito de Luís Trindade, o relato desse momento é feito assim:
“José Afonso interpretou ‘Grândola’ duas vezes. A plateia aderiu entusiasticamente à primeira, apesar de algumas hesitações e alguns versos trocados. Mas não todos os versos: ao censor de serviço, aliás, não escapou como se ‘berrava’(,) cremos que intencionalmente, a estrofe ‘o povo é quem mais ordena’.

Não interessa se aquelas pessoas preferiam ou esperavam cantar outras, foi ‘Grândola’ que puderam cantar; e, porque a cantaram, foi essa a canção certa para aquela ocasião. Quando Afonso anunciou ‘vamos outra vez cantar a Grândola’, rodeado em palco por outros intervenientes no espectáculo, já ninguém hesitou.

De imediato, como se, à segunda, já estivesse preparada, a plateia harmonizou a voz com o cantor e, em uníssono, formou uma comunidade, criou um hino e desencadeou um movimento histórico. Naquele momento, a canção foi de quem a cantou, rompendo o silêncio e fazendo ouvir a sua aflição.”

Nove anos depois, a 29 de janeiro de 1983 no mesmo Coliseu dos Recreios de Lisboa, José Afonso, já afetado pela doença que o matou em 1987, repetiu a cena de 1974 e cantou com uma multidão eufórica a “Grândola, Vila Morena”, num espectáculo que ficou gravado em disco e que o jornalista Viriato Teles descreveu como a noite em que “Lisboa se pareceu novamente com uma ‘cidade sem muros nem ameias’”.

https://www.youtube.com/watch?v=pTfFegL8PZU

Só que, depois da canção cantada, José Afonso gritou algo que não podia gritar na noite de 29 de março de 1974 e que talvez nem sonhasse que poderia vir a bradá-lo logo no mês seguinte: “25 de Abril, Sempre!”.

Nota:
Este texto é uma adaptação de cinco episódios de “Panfletos”, um programa radiofónico de Pedro Tadeu na Antena 1, onde as canções referidas podem ser ouvidas nas ligações a seguir indicadas:

1- O 29 de março de 1974 e a “Pedra Filosofal”:
2- O 29 de março de 1974 e “Grande, Grande Era a Cidade”:
3- O 29 de março de 1974 e “Sigla (S.A.R.L.)”:
4- O 29 de março de 1974 e “Milho Verde”:
5- O 29 de março de 1974 e “Grândola, Vila Morena”:

Letras e poemas citados:

Pedra Filosofal
(António Gedeão/Manuel Freire)

Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho a lacre e sedento
De focinho pontiagudo
No perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa dos ventos, infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da boa esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e arlequim
Passarola voadora
Para-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultrassom, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança

Grande, Grande Era a Cidade
(José Jorge Letria)

Eis a terra prometida
dão-te mulher e dormida
promessas de casa maior
dás o que tens de melhor
dás o sangue e dás a vida
tens a terra prometida
será dela o teu suor

Cerramos punhos e dentes
nas veias desta cidade
que nos diga quem souber
onde mora a liberdade
nem que seja para limpar
o ar desta cidade
o ar desta cidade

Apodrecemos nestas valetas
ou nos bancos da avenida
com a cidade pela frente
e a memória interrompida
morremos de morte incerta
nos braços da madrugada
já ninguém nos quer seguir
durante a caminhada

De certo modo viemos
para ficar
sem vestígios de regresso
sem demoras no olhar
temos quartos de aluguer
comida, cama e mulher
e temos, principalmente,
uma cidade para vencer
aqui mesmo pela frente

Sigla (S.A.R.L.)
(José Carlos Ary dos Santos)

S.A.R.L. S.A.R.L S.A.R.L.
a pança do patrão não lhe cabe na pele
a mulher do gerente não lhe cabe na cama.
S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
o cabedal estoira
e o capital derrama

O salário é sagrado
o direito é bovino
mais o caso arrumado do poder que é divino.

O papel é ao quilo
o cadáver ao metro
mais o isto e aquilo
com que se mata o preto.

O retrato é chapado
a moldura é antiga
para um homem armado
a catana é cantiga.

S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
o respeito algemado
o sorriso fiel
do senhor cão pastor que tem coleira aos bicos
S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
só salvamos a pele se formos cães de ricos:

A casota de mágoa
a palhota de medo
mais o pão e a água
que nos dão em segredo.

A gaveta arrumada
a miséria contida
mais a fome enfeitada
que há num dia de vida.

O cachorro quieto
o prazer solitário
do filho predilecto
do senhor numerário.

S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
a folha de serviços a folha de papel
o fabrico o penico o sono estuporado.
S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
o silêncio por escrito o silêncio ladrado:

A mensagem urgente
o envelope fechado
mais o rabo pendente
do animal escorraçado.

O contínuo presente
o contínuo passado
mais a fala deferente
do contínuo coitado:
Permite permite
Vossa Celebridade
o limite o limite
o limite de idade?

S.A.R.L. S.A.R.L. S.A.R.L.
Ai o sal deste mal ai o mel deste fel
o bagaço o azeite
o cagaço o aceite
deste país Tarzan traumatizado.
Ai a fase do leite
ai a crise do gado
neste curral sinónimo de um homem
ANÓNIMO
RESPONSÁVEL
LIMITADO.

Milho Verde
(Tradicional/José Afonso)

Milho verde, milho verde
Ai, milho verde, milho verde
Ai, milho verde, maçaroca
À sombra do milho verde
Ai, à sombra do milho verde
Ai, namorei uma cachopa
Milho verde, milho verde
Ai, milho verde, milho verde
Ai, milho verde miudinho
À sombra do milho verde
Ai, à sombra do milho verde
Ai, namorei um rapazinho
Milho verde, milho verde
Ai, milho verde, milho verde
Ai, milho verde, folha larga
À sombra do milho verde
Ai, à sombra do milho verde
Ai, namorei uma casada
Mondadeiras do meu milho
Ai, mondadeiras do meu milho
Ai, mondai o meu milho bem
Não olheis para o caminho
Ai, não olheis para o caminho
Ai, que a merenda já lá vem

Grândola, Vila Morena
(José Afonso)

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade.

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Pedro Tadeu

Pedro Tadeu é jornalista desde 1983. Nasceu em 1963. É autor do programa Panfletos, na rádio pública Antena 1, que relaciona música com História. Participa, nessa estação, no programa Radicais Livres, prémio SPA para Melhor Programa de Rádio em 2021. É curador da Feira do Livro e do Disco Políticos, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal. Escreve no Diário de Notícias e é comentador na CNN Portugal, trabalho que fez antes na RTP e na TSF. Criou Quociente de Inteligência, suplemento do DN que recebeu um Prémio de Excelência do European Newspaper Award.
Foi diretor do jornal 24horas, diretor adjunto no site Plataforma Media, subdiretor da produtora de vídeo Global Media Play e diretor do arquivo do Global Media Group (DN e JN). Foi Chefe de Redação do jornal A Capital e redator do jornal Avante!

Pedro Tadeu é jornalista desde 1983. Nasceu em 1963. É autor do programa Panfletos, na rádio pública Antena 1, que relaciona música com História. Participa, nessa estação, no programa Radicais...

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