A ideia terá surgido num almoço entre o autor e jornalista Pedro Boucherie Mendes e o filho no Chiado. Aquele era um ritual dos dois, durante o qual Pedro aproveitava para contemplar a mítica estátua de Fernando Pessoa, mesmo em frente à Brasileira do Chiado, com vista para esta zona da cidade a fervilhar de gente, pensando em como os lisboetas pouco sabiam sobre a História da cidade. Ou como a própria ficção tantas vezes ignorava Lisboa como cenário.
A ideia foi-se cimentando. Devorador de livros policiais desde a infância, Pedro transformaria Lisboa em palco de uma investigação policial para se desvendarem os misteriosos assassínios do Chiado – um pretexto para se conhecer essa tal História da cidade e do mais conhecido poeta que percorreu as estas ruas, Fernando Pessoa.
“O Agosto do Desassossego”, de Pedro Boucherie Mendes, foi o livro em discussão na segunda sessão do Clube de Leitura de Lisboa, na Brasileira – uma iniciativa mensal para juntar leitores e autores à volta de obras relacionadas com a cidade.
Um livro que se passa 25 anos depois do incêndio que destruiu o Chiado e que começa com a descoberta de um corpo junto à estátua de Fernando Pessoa, encontrando-se, num dos bolsos do seu casaco, um postal com uma citação do Livro do Desassossego, e, no outro, a sua mão esquerda com os dedos decepados e envoltos em sal.
Quem é, afinal, o “assassino” do Chiado?
É isso mesmo que o inspetor Daniel Vilar vai descobrir – um inspetor nada como os excêntricos Sherlock Holmes ou Hercule Poirot, mas que Pedro gostaria que fosse mais “normal” ainda. E que Pedro revela que vai regressar para desvendar um novo crime, sempre na companhia do seu melhor amigo e aliado, o psicólogo Mateus.
A próxima sessão do Clube de Leitura de Lisboa acontece no dia 24 de maio, às 18:30, n’A Brasileira do Chiado, com Filipa Martins como convidada e o seu “O Dever de Deslumbrar”.
Inscreva-se aqui:

O jornalismo que a Mensagem de Lisboa faz une comunidades,
conta histórias que ninguém conta e muda vidas.
Dantes pagava-se com publicidade,
mas isso agora é terreno das grandes plataformas.
Se gosta do que fazemos e acha que é importante,
se quer fazer parte desta comunidade cada vez maior,
apoie-nos com a sua contribuição:
Vivo em Lisboa há 77 anos e gosto de saber histórias da cidade