“Se eu não existo, as mães não podem trabalhar e as crianças é que vão sofrer.” Em janeiro do ano passado, foi assim que Emília Alves nos contou aqui, na Mensagem, a realidade na qual vive e trabalha. É uma das várias amas da Cova da Moura, na Amadora, onde tantos pais têm de escolher trabalhar ou deixar os filhos recém-nascidos sozinhos em casa. Uma reportagem sobre gerações, sobre pobreza e superação, que está indicada entre os melhores trabalhos de jornalismo a nível mundial, para os True Story Awards. Um pedaço de Lisboa nas bocas do mundo.
Esta é a 3.ª edição do primeiro prémio de jornalismo mundial, que este ano nomeou 94 trabalhos entre 900 de 95 países diferentes, entre os quais estão representadas publicações conhecidas como o The New York Times, o The Guardian e a revista brasileira Piauí.
A Mensagem surge entre estes 94 primeiros nomeados e entre os sete trabalhos nomeados em língua portuguesa. Em Portugal, estão também indicados o Divergente (em parceria com o Expresso) com a reportagem “Por ti, Portugal, eu juro!”.
LEIA AQUI A REPORTAGEM NOMEADA:
Desta lista serão depois escolhidos ainda três textos para cada uma das doze regiões/áreas linguísticas do mundo representadas e, por fim, os três grandes vencedores deste prémio, entre todas as regiões, anunciados a 23 de junho, num evento em Berna.
Os membros do júri, onde estão jornalistas de todo o mundo (entre os quais o português Miguel Carvalho), avaliaram segundo “relevância, intensidade da pesquisa, desenho do texto, veracidade jornalística e impacto”. Os jurados acreditam que estes trabalhos nomeados “não apenas pintam uma imagem multifacetada dos eventos recentes, mas também oferecem ao leitor algumas perceções inesperadas” e, “talvez surpreendentemente, muitos dos autores conseguem discernir momentos de esperança e confiança em tempos de crise”.
Veja todos os indicados ao prémio aqui.
Os True Story Awards nascem da necessidade de “complementar e ampliar a visão de mundo predominantemente ocidental com outras perspetivas”. O prémio surge como incentivo à “ampliação do nosso campo de visão por meio das vozes de repórteres de diversos países”, “sem agenda editorial, económica ou ideológica”. “Simplesmente esperamos reconhecer o jornalismo de primeira classe”, pode ler-se no site.
O vencedor desta edição irá receber um prémio de 25 mil francos suíços. Todos os outros textos nomeados receberão 1000 francos suíços cada.
A reportagem nomeada conta com fotografias de Rita Ansone, ilustrações de Emily Isamej e foi ainda traduzida para crioulo (a propósito do projeto de jornalismo em crioulo) por Karyna Gomes.

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