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A imensa grua ergue-se para levar a artista plástica Tamara Alves aos últimos retoques no imenso painel em homenagem ao cantor Paulo de Carvalho. Uma obra que contempla Alvalade com um “dueto”, pois quem observa de perto a imensa pintura é Simone de Oliveira, eternizada na fachada do prédio vizinho ao novo mural.

A homenagem ao intérprete de E depois do adeus, vencedora do Festival da Canção de 1974 e, ao lado de Grândola, Vila Morena, canção-senha para o 25 de Abril, é parte da Galeria dos Inesquecíveis, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Alvalade de estampar a efígie de grandes artistas portugueses em murais pelo bairro.

A inauguração do mural está prevista para o próximo dia 29 de setembro, com a presença do homenageado, da autora e de convidados de Paulo de Carvalho, entre eles os cantores Agir e Carolina Deslandes.

Além de Simone de Oliveira e do mais recente integrante da galeria, Paulo de Carvalho, serão homenageados pela Junta de Freguesia as atrizes Eunice Muñoz e Maria Barroso, e o ator Ruy de Carvalho, esse último, com uma escultura.

A autora do novo mural conta que foi convidada pelo próprio homenageado. “Ele ligou-me e disse que gostaria que pintasse o rosto dele na fachada do prédio”, recorda-se Tamara Alves, 39 anos, uma algarvia de Praia do Carvoeiro que há 13 anos espalha sua arte pelos muros do país do exterior.

O novo mural de Alvalade a ser finalizado com o rosto de Paulo de Carvalho, vizinho à primeira homenageada na Galeria dos Inesquecíveis.

“Fiquei muito honrada com o convite. Conheço o trabalho do Paulo de Carvalho, embora não o conheça pessoalmente, o que espero que aconteça na inauguração”, afirma Tamara, numa das raras pausas durante o trabalho, para proteger-se do calor intenso e observar o andamento da pintura de uma perspetiva mais distanciada

O rosto do cantor de 75 anos ocupará uma área de 120 metros quadrados na fachada de um prédio na esquina entre a avenida de Roma e a Rua António Patrício, no cruzamento oposto onde está o também imenso mural dedicado a Simone de Oliveira.

Paulo de Carvalho Mural Tamara Alves Alvalade
A artista plástica Tamara Alves prepara-se para mais uma viagem na grua: pressa e trabalho ininterrupto para entregar o trabalho no prazo.

A dimensão da obra não assusta a artista, habituada a “telas” gigantescas. “Em Vigo, fiz um desenho numa superfície com quase o dobro desta área, cerca de 210 metros quadrados”, conta Tamara Alves, que após finalizar o mural em Alvalade viaja até Cabo Verde para participar do festival Kriol Urban Fest.

A imagem que serve de modelo para a pintura foi escolhida pelo próprio Paulo de Carvalho. “Ele enviou-me algumas opções, mas deixou claro que queria esse retrato”, diz Tamara, que começou a pintar a fachada na última segunda-feira (19) e deve terminá-la no sábado (24), se o tempo ajudar.

Paulo de Carvalho Mural Tamara Alves Alvalade
Tamara tem se utilizado de um chapéu de sol para se proteger do calor, enquanto pinta a “tela” gigante com cerca de 120 metros quadrados.

“Costumo trabalhar oito horas por dia, mas como havia previsão de chuva para a semana, reduzi a jornada para cerca de seis horas. Há ainda a questão do calor e da luminosidade, que atrapalha a visualização das cores, e forçou-me a utilizar um chapéu de sol”, explica, antes de fazer uma nova viagem na grua.

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Álvaro Filho

Jornalista e escritor brasileiro, 50 anos, há sete em Lisboa. Foi repórter, colunista e editor no Jornal do Commercio, correspondente da Folha de S. Paulo, comentador desportivo no SporTV e na rádio CBN, além de escrever para O Corvo e o Diário de Notícias. Cobriu Mundiais, Olimpíadas, eleições, protestos – num projeto de “mobile journalism” chamado Repórtatil – e, agora, chegou a vez de cobrir e, principalmente, descobrir Lisboa.

alvaro@amensagem.pt

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3 Comentários

  1. “Autor de uma das canções que serviram de senha para o 25 de Abril ganha homenagem (…)” Esta espécie de moda pode agradar pontualmente a alguns, além de aos homenageados, mas há-de desagradarva muitos outros. Um palmo de parede limpa começa a ser uma raridade. Estas intervenções artísticas por muito bem intencionadas que sejam acabam por ser pouco mais do que poluição visual.

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