
Bruno não nasceu na Mouraria, mas podia muito bem ter nascido. Conhece-lhe os cantos todos e, como um verdadeiro filho do bairro, vive “a época dos Santos Populares com muita intensidade”. Nasceu em Odivelas, mas foi criado na Mouraria, onde que vive grande parte da sua família.
Passou a infância na Mouraria e como os familiares faziam parte de várias associações do bairro, cedo absorveu toda esta energia. Energia que é bem visível na forma como fala sobre os arraias e as marchas, que “são a identidade de cada bairro”.
Daí que exista muitas vezes uma “rivalidade saudável entre os vários bairros”. “Acho muito engraçada esta competição”, comenta, lembrando um episódio “engraçado” em que saiu da Mouraria com uma camisola que dizia “A Mouraria é linda” e, quando chegou à Graça, foi “ameaçado e obrigado a despir a camisola”.
Rivalidades à parte, em cada bairro sente-se muito a união entre vizinhos. “Uma vez, estava a descer em direção à Vila Berta, para ir embora, e um vizinho pediu-me ajuda para assar as sardinhas, estava uma fila grande e, lá fui eu ajudá-lo”, recorda.

Num outro ano, Bruno estava com a família no carro para ir para o arraial da Graça – divide-se entre estes dois bairros: na Mouraria está a família e na Graça está o melhor amigo, que é também padrinho do filho –, “o trânsito estava parado e era só para andarmos 300 metros. Parámos em frente ao restaurante do padrinho do meu filho e ele serviu-nos o jantar dentro do carro. Comemos as sardinhas e as bifanas no carro”, conta com uma gargalhada.
Sardinhas e bifanas enchem a barriga de quem vai a um arraial. Mas não enchem sozinhas. Falta a cerveja. Por isso, não há festas “sem Sagres”. “É obrigatório”, diz Bruno que é gestor de cliente da empresa. “A Sagres faz parte dos Santos”, diz, sublinhando que este ano a retoma está a ser “enorme”, pois alia-se a “fome à vontade de comer”. Ou, neste caso, de beber.
Esta é uma série com o apoio da Sagres.