A chuva não dava tréguas. Chovia já bem há uns 30 minutos e cada vez com mais força. Eu olhava para a chuva a cair violentamente no asfalto ao nível dos meus olhos. Tentei aconchegar-me melhor dentro do saco-cama e apertei o fecho até ao fim, até ao nível do rosto. Ajeitei debaixo da cabeça a minha mochila tentando ficar o mais confortável possível. O tempo estava horrível.

Dezembro estava à porta com o seu frio característico e, nessa noite, com uma chuva quase torrencial. Já passava da meia-noite e estava deitado debaixo das arcadas do edifício do Museu Militar de Lisboa. A meu lado estava também o Zé e mais três pessoas sem abrigo, um homem já idoso, a quem chamávamos de “avô” e um casal na casa dos seus trinta anos, o Rui e a Sara. Costumávamos ir todos aos carros de apoio e fugimos para ali para nos abrigarmos da chuva e posteriormente passar a noite.

Estávamos os cinco encostados à parede para não apanharmos chuva, enrolados nos sacos-cama e cobertores, próximos uns dos outros. Eu tinha por baixo do meu corpo uma manta já velha apenas para me tentar isolar da frieza do chão de pedra. O saco-cama é que me protegia do frio.

Eu e o Zé tínhamos andado o dia todo com “a casa às costas” à procura de um sítio para dormir, pois tinham começado obras no prédio velho em Chelas onde pernoitávamos. Tínhamos ficado ali sensivelmente quinze dias. E não estávamos mal, pelo menos tínhamos um teto. Mas tivemos de sair naquele dia, assim que os carros da construtora começaram a chegar.

Fomos à noite ao Largo da Estação de Santa Apolónia buscar a comida aos carros de apoio e por lá ficámos a jantar junto à praça de táxis num banco público. Estivemos ali um pouco até que começou a chover. Corremos para o Museu Militar onde já estavam o Rui, a Sara e o avô. Eram os três de relativa confiança, tínhamos todos uma boa relação, por isso eu e o Zé não hesitamos em pernoitar com eles.

A chuva impunha respeito. Olhava para ela a cair ao nível dos meus olhos na estrada, repicando no asfalto e no princípio do chão de pedra com violência à entrada das arcadas. Um lençol de água junto ao lancil do passeio corria já em direção ao largo. Dei por mim a pensar que, por mais que uma rua fosse plana, a água corria sempre para um dos lados.

Eu, no passado, gostava de ouvir o som da chuva. Claro, no conforto do meu quarto e ela a cair lá fora… Agora? Dormia ao nível de onde a chuva caía impiedosamente e exposto ao frio. Fechei os olhos e tentei dormir, mas o barulho da chuva e o vento simplesmente não me deixavam. Para quem dorme na rua, o som da chuva desassossega, impõe respeito, mesmo que estejamos abrigados. Existe uma sensação similar ao medo. É muito difícil adormecer e o frio e o vento não ajudam.

E o desconforto? O desconforto nessa noite era enorme. A chuva caía muito forte e embora estivéssemos distanciados talvez por uns três metros do início das arcadas, a chuva repicava violentamente no passeio e os pingos de água por vezes atingiam-nos com a força do vento. Sentia ocasionalmente as gotas contra o meu saco-cama.

De súbito, ouço ribombar dois trovões. Abri os olhos e estremeci. Ouço o avô murmurar a meu lado: “foda-se”. Ouço também o Zé a murmurar algo. Olho para ele e vejo-o a tirar o pacote de vinho por detrás da mala. Bebeu dois ou três tragos, arrumou-o de novo e enfiou a cabeça dentro do saco-cama. Ouvi a Sara tossir agoniada. Olhei para ela de soslaio e vejo o Rui a aconchegá-la. Eles estavam deitados em cima de alguns caixotes de cartão abertos e ambos cobertos por dois cobertores. O avô mantinha-se o mais possível aconchegado dentro da sua manta grossa. Mas pelos vistos, ninguém dormia.

Como era possível dormir com um tempo daqueles? Fechei novamente os olhos. Que mais poderia fazer? Ouvia o cair da chuva, violenta. Permanecia o mais imóvel possível para o corpo se habituar à dureza do chão, pois quanto mais nos mexemos, pior é para dormir. E sentia-me muito desconfortável. Estava completamente vestido dentro do saco-cama, mas não havia outra hipótese, o frio era imenso. Tentei “pôr a minha cabeça em branco”, como eu costumava dizer. Tentar não pensar em nada… Mas é muito difícil fazer esse processo quando se dorme ao relento com frio, vento e chuva.

Mas eu tentava. Até que ouço a voz do Zé: “Queres vinho, Jorge?” Perguntei-lhe como é que sabia que eu estava acordado. “Eu já te conheço até quando ‘tás calado.” – respondeu ele. – “Queres ou não?” Não me apetecia beber vinho, mas a minha resposta foi imediata e apenas com duas palavras: “Dá cá!”. Pior não poderia ficar. Bebi dois ou três bons goles e devolvi-lhe o pacote. O avô mete a cabeça fora da manta e pergunta: “dá p’ra molhar o bico?” Olho para o Zé que me dá o pacote para dar ao avô dizendo: “ó vô, olha que o vinho custa dinheiro!”

Nas ruas tudo tem um valor.  Desde roupa a comida, em regra geral não se oferece nada. Existe permuta. E quem tem bebida ou cigarros, é como se tivesse ouro. Comigo e com o Zé não existia esse tipo de atitude. Éramos, chamemos-lhe assim, parceiros. O que era meu ou dele, era nosso. Quando um não tinha, o outro tinha para os dois. “Sabes que comigo não ficas a perder, Zé!” – respondeu o avô, bebendo um gole de vinho.  “Podes acabar com o pacote” – rematou o Zé.

A chuva começou a aliviar.  Passados uns minutos finalmente parou. Abri o saco-cama e levantei-me para desentorpecer um pouco. Ao levantar-me, uma dor aguda na zona lombar paralisou-me por segundos, fazendo-me soltar um pequeno gemido de dor. Estar muito tempo deitado no chão fazia-me isto, contrações musculares. Ao levantar-me, já o Zé estava de pé também. De súbito, vemos a Sara caminhando depressa para o passeio. Colocando-se atrás de uma das colunas das arcadas, começou a vomitar. O Rui correu atrás dela. Eles estavam ligeiramente mais distanciados de nós os três, para terem alguma privacidade.

Observávamos este cenário, quando o avô nos disse baixinho: “a miúda emprenhou. Passa a vida a vomitar.” Perguntei-lhe como é que ele sabia e ele respondeu que foi o Rui que lhe disse. O Zé deu um pequeno assobio dizendo: “lindo serviço.” Olhei em redor. A estrada e o passeio estavam alagados. Tínhamos ficado a salvo da chuva, mas as malas e os sacos-cama estavam salpicados.  Massajei a zona lombar. Há quatro meses que dormia no chão, mas ainda não me tinha conseguido habituar.

O Zé olhava para mim e lembrou-me que os nossos colchões tinham ficado no edifício em obras, em Chelas. Eu olhei para ele e disse, vivamente: “olha, perdemos uma grande coisa. Já cheiravam mal!” Ele olhou em direção da Estação e disse em tom afetado, mas lógico: “o meu já cheirava mal quando mo deram…” O avô, metendo-se na conversa, disse que os nossos colchões nas ruas ganham ácaros. O Zé franziu ligeiramente as sobrancelhas e perguntou o que eram “áracos”.

No meio daquele mau estar, não pude deixar de esboçar um sorriso perante a ignorância do Zé. O avô respondeu: “são uma espécie de chatos que se criam nos colchões.” O Zé ficou com uma expressão desconfiada. Eu sorri ainda mais um pouco com a resposta do avô e com a cara do Zé. Podem não acreditar, mas eram, por vezes, estes pequenos momentos, estas “conversas de parvos após o pôr do sol”, como outro sem abrigo lhes chamava, que me distraíam um pouco e me faziam sair ligeiramente da realidade.

Entretanto, a Sara já se tinha deitado e o Rui veio ter connosco. Perguntou-nos se tínhamos água para lhe dar a ela. Eles não tinham, mas eu tinha uma garrafa meio cheia na mala. Fui buscá-la e lembrei-me que tinha duas saquetas de chá na mochila e era isso que lhe faria bem.  Mas, como é lógico, disse que não havia forma de aquecer água àquela hora. Ficámos a olhar uns para os outros. De repente, e olhando para a praça de táxis em frente à Estação, o Rui disse-me: “Espera. Alguns “fogareiros” têm nos carros aquelas resistências ligadas à bateria para aquecer água.” Foi buscar um copo à mala dele e dirigiu-se à praça de táxis. Estavam lá três táxis parados. Perguntei ao Rui se tinha tabaco. Ele respondeu que sim, que tinha beatas que tinha apanhado durante o dia, mas não tinha mortalhas.

Era nosso costume tirar o tabaco de dentro das beatas e enrolá-lo em mortalhas, caso houvesse. Eu por acaso tinha nessa noite. Sentámo-nos em cima dos sacos a enrolar os cigarros, quando na estrada passa lentamente um carro da Polícia Municipal, abrandando a marcha até parar à nossa frente. O agente que ia ao volante, baixou o vidro e perguntou monocordicamente se estava tudo bem por ali.  Respondemos que sim. O que seria suposto responder? Nós queríamos era estar sossegados.

O agente disse para fazermos os possíveis por abandonar aquele local cedo pois estávamos em frente à porta de um museu. “A entrada é do outro lado, sor guarda”, respondeu o Zé. O agente olhou de soslaio para o Zé e disse: “abandonem o local cedo. estamos a tentar ajudá-los. Se quiséssemos, poderíamos dizer-vos para saírem daí imediatamente.” Ouço um murmúrio do avô, que permanecia deitado: “que simpáticos…” O Zé respondeu de imediato com voz de garoto atrevido: “’teja descansado, sor guarda! Já pus o meu despertador para as sete!” O agente fitou-o com cara de poucos amigos. Eu sussurrei: “Zé…” Ele baixou a cabeça e continuou a enrolar o cigarro. O agente desejou-nos uma boa noite e o carro afastou-se em direção à Estação.

Nisto, chega o Rui com o copo com água a ferver. “O que é que queria a bófia?” – perguntou ele. O avô, virando-se para o lado da parede, responde: “o costume. Querem saber se temos licença para respirar.” O Rui encolheu os ombros e dei-lhe as saquetas do chá. Desejou-nos boa noite e foi para junto da Sara. Eu e o Zé acabámos de fumar e fomos para dentro dos saco-cama. Quando já estávamos deitados, disse aos dois que deveríamos no dia seguinte tentar arranjar lugar no Albergue de Xabregas, um centro temporário de alojamento para pessoas sem abrigo. A resposta do Rui foi rápida e sem surpresa para mim: “isso vais sem mim, ó panda.”

Já lhe tinha falado algumas vezes do Albergue, mas ele dizia que por experiência própria, que não voltaria a lá ficar. Mas lembrei-me que o avô estava a meu lado e perguntei-lhe o que ele achava ou sabia sobre o Albergue. A resposta dele foi rápida e concisa: “estive lá uma semana e nunca mais lá volto. E estive esse tempo todo porque tinha um pé torcido.” Eram este tipo de respostas sobre o Albergue que eu ouvia diariamente da boca dos sem abrigo. Fechei os olhos, pensando para comigo que não poderia ser assim tão mau. E decidi, sem lhes dizer, que iria lá sozinho. Eu estava farto de dormir na rua.

Ficámos em silêncio para dormir. Mas eu não dormia. Enroscado no saco-cama completamente fechado por causa do frio, de olhos cerrados, ouvia o vento e o barulho longínquo de um carro ou outro a passar. Uma voz ou outra ao longe…. Conhecem aquelas gravações ambientais que existem para ajudar a dormir? Sons da natureza, dos oceanos, sons urbanos e por aí fora? Existem umas com o som da rua, para ajudar a dormir. Precisamente com o som que eu estava a ouvir. Mas uma coisa vos digo. Ajudam a dormir quem está a ouvir a gravação numa cama macia e quente e num quarto confortável. Porque quem dormia como eu, que “fazia parte da gravação”, o som é angustiante e horrível.

Pensava em conforto. Sonhava com um quarto. Imaginava uma casa de banho. Tinha saudades de lavar roupa. De estar sentado apenas comigo a descansar. Sorria ao sonhar em andar na rua novamente de cabeça erguida com os vizinhos a desejarem-me os bons dias…  Sabem, os sonhos de pessoas como eu fui são pequenos. Não sonhava com carros, televisões, contas bancárias, férias, bons empregos, habitações, telemóveis, namoradas, e por aí fora. Nem sequer sonhava com amor!  Sonhava apenas com coisas “pequenininhas”. Sonhava com aquilo que nunca ninguém sonha, pois não é preciso sonhar.

Ouço o Zé novamente: “ó Panda, tenho mais um pacote de vinho refundido. Queres um coche?” Perguntei novamente já quase irritado, como é que ele sabia que eu estava acordado? Ele esperou alguns segundos antes de responder. E respondeu calmamente: “Tu gemes quando dormes…”.


Jorge Costa

Jorge Costa

Morreu aos 55 anos em abril de 2022. Nasceu em Lisboa, cidade onde sempre viveu. Na Mensagem, partilhou a sua experiência da vivência nas ruas, sem teto para viver e para dormir. Foi sem abrigo durante 8 meses, até maio do ano passado. Escreveu sobre esta “difícil experiência, indigna e quase desumana”. Publicou um livro póstumo, Diário de Um Sem Abrigo, na Oficina do Livro.

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14 Comentários

  1. Obrigada por estas crónicas, tão bem escritas, tão impactantes e evocativas. O Jorge tem um talento para a escrita impressionante.

  2. Tenho seguido estas crónicas e acho impressionante e muito bem escritas.

  3. Fico muito grato pelas suas palavras, Anita. Mas aproveito o seu comentário para dizer o seguinte: Desde que escrevo estas crónicas aqui na Mensagem, quase toda a gente me diz isso. Que eu tenho talento para escrever. Já me perguntaram, inclusivamente, porque nunca escrevi antes. Sabe, eu fico um pouco cético em relação a isso. Eu não sei se é a minha forma de escrever que está a cativar as pessoas. O que eu penso sinceramente que está a agradar a quem lê o que escrevo não é a minha forma de escrever, mas sim o assunto e a sinceridade com que escrevo estas linhas. Eu acho que nunca nenhum sem abrigo escreveu ou relatou publicamente o que é verdadeiramente ser sem abrigo. Pelo menos eu nunca ouvi nem nunca o li. Quando se fala sobre os sem abrigo, é assim um pouco por alto e os media têm a tendência de dar umas pinceladas cor de rosa aos factos e aos acontecimentos. É esta a sensação que eu tenho, porque eu sei aquilo que vivi e sei como se vive e sobrevive nas ruas. E nunca vi isso ser escrito em lado nenhum. E quando fui convidado por este jornal para escrever estas crónicas, o que eu disse de imediato foi que iria ser sincero e verdadeiro. Até poderia cair no ridículo, mas eu iria relatar aquilo que eu verdadeiramente passei! Sem querer protagonismo e sem querer agradar a ninguém. É isso que estou a fazer aqui e é isso que está a ser apreciado pelas pessoas que me leem, o que me deixa muito feliz! Eu só quero que as pessoas saibam o que é ser um sem abrigo, nada mais. E que se lembrem destas linhas quando se cruzarem com um na rua. Muito obrigado pela sua leitura e pelo seu comentário, Anita.

  4. Sonho com um mundo melhor. Um abraço para os Jorges desta vida.

  5. Olá Jorge,
    Não sei como me cruzei com a “mensagem”, mas só continuei a lê-la e a recebê-la no mail à espera das suas crónicas. Hoje chorei ao ler (o dia hoje não foi fácil). Morro de medo que um dia me aconteça alguma desgraça e eu fique na rua como o Jorge. Às vezes pergunto-me: mas o Jorge não tinha família, irmãos, tios, primos, amigos? Não havia ninguém que lhe desse a mão? Será que me pode acontecer o mesmo? Eu pergunto-me até que ponto é que um ser humano aguenta?
    Numa das suas crónicas escreveu que “nós” olhamos para os sem abrigo de uma forma que não devemos olhar. Não consegui perceber como é. Gostava tanto de perceber para não o fazer.
    No fim de uma das suas crónicas, tem uma mensagem a dizer que quem quiser ajudar o Jorge para responder. Um dia respondi que queria ajudar mas nunca tive feedback.
    Gostava que escrevesse mais vezes. Espero sinceramente que esteja bem, apesar desta pandemia e se possível a trabalhar. Obrigada por contar a sua história.

  6. Boa noite Inês.
    Antes de mais, não se preocupe como olha para os sem abrigo. A forma como se olha para um sem abrigo é inevitável e inconsciente. A Inês compreendeu-me mal. Eu não escrevi que as pessoas olham para um sem abrigo de uma forma que não devem olhar. O que eu escrevi foi a minha constatação de perceber de quando olhavam para mim, a forma era igual à maneira como eu olhava para um sem abrigo antes de o ser. Não é agradável esse olhar, mas não se preocupe com isso. Tente olhar para um sem abrigo como um ser humano e faça apenas o que o seu coração lhe disser. Pergunta-me se não havia quem me pudesse ajudar. Eu falei por alto sobre isso na minha primeira crónica, mas vou ser mais claro agora. Não tinha e não tenho quase família nenhuma. Ambos os meus pais já tinham falecido. Tenho um irmão que a vida nos separou. Nunca tive filhos. Apesar de ter tido algumas relações conjugais na minha vida, nunca casei. Amigos? Aprendi que a maioria dos amigos só estão presentes na nossa vida, quando as coisas correm bem. E também existe a vergonha de pedir, entende? Não sei se sabe do que estou a falar. Nós temos o nosso orgulho e vamos deixando as coisas descerem ao nível mais baixo até ao momento que estamos na rua e aí já é tarde para muita coisa. Tarde para pedidos de ajuda e para explicações. E sabe, pedir para não ser um sem abrigo não é a mesma coisa de que pedir uma nota emprestada ou a casa para dormir uma ou duas noites, É mais complicado entende? As pessoas não podem abdicar da vida delas por causa da minha, como é obvio. Para finalizar, a Inês pergunta se lhe pode acontecer o mesmo. Sabe como é, ser sem abrigo é sempre uma coisa que acontece aos outros. Não a nós. Eu pensava assim também até ao dia em que me vi na rua com duas malas sem ter para onde ir. Pode acontecer a qualquer pessoa. Um sem abrigo é uma pessoa que fica sem casa. E para ficar sem casa, basta ficar desempregado e não pagar pela primeira vez a prestação mensal da casa ou a renda. A partir daí é uma bola de neve.
    Muito obrigado pela sua leitura e grato pelos seus comentários.
    Quanto à ajuda que diz que pediu ao Jornal, não sei porque não lhe responderam. Já fui contatado por várias pessoas com o desejo de me ajudarem, mas isto não está fácil para ninguém. Estou desempregado e com o panorama atual deste país devido à pandemia, é muito difícil um homem com a minha idade arranjar trabalho. Mas estou bem, já tenho casa e tenho bons apoios.
    Abraço
    Jorge

  7. Antes de mais, sou muito grata pela sua partilha.
    Leio sempre duas vezes. Uma sozinha, em que choro muito, e outra para a minha filha.
    Nós vamos ser despejadas. Não sei se teremos mais um mês, mais dois… não faço ideia. Eu não tenho trabalho há 2 anos e meio, apesar de nunca ter parado de procurar. A câmara não nos garante habitação, apesar de já ter concorrido.
    Leio as suas palavras e penso no que nos espera, pois tal como o Jorge, somos sozinhas no mundo. Só nos temos uma à outra.
    Fico muito feliz de saber que se encontra bem e abrigado, e preocupada por, tal como eu, não ter emprego. É como diz… a idade…
    Vou continuar a lê-lo. Sinto me a seu lado de cada vez que o faço. E nem consigo descrever o que sinto, ao ler os seus relatos, e pensar que amanhã talvez, poderei ser eu e a minha filha.
    Um bem haja Jorge. E que encontre trabalho e a vida lhe sorria, pois bem o merece.

  8. Muito grato pelo seu comentário e por ler as minhas crónicas, Sofia. Não desanime nem desista. Eu não desisti. Vou contatar o jornal para me fornecerem o seu contato para lhe prestar o meu apoio e, se possível, ajudá-la no encaminhamento dos serviços que a podem ajudar. Eu sei que é difícil ainda com mais a sua filha. É mais fácil neste país ajudar o sem abrigo sem ninguém do que com filhos. Infelizmente é verdade. Mas não desanime. Cumprimentos.

  9. Sofia em que região do País vive? Tem Facebook? Peça para aderir à família solidária.
    Caso queira deixar o seu e-mail em comentário posso tentar arranjar emprego.

  10. Obrigada Jorge pela sua partilha e obrigada à Mensagem por continuarem a publicar a sua história sem filtros. A vida é mesmo assim, sem filtros. Parabéns pela sua coragem!

  11. Olá Jorge,
    gostava de conseguir falar consigo para um projecto, pode-me enviar o seu contacto por favor? Obrigada

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