“Os comandos atacam ao amanhecer”. Teria aí uns oito ou nove anos quando encontrei uma estrela vermelha escura, de cartolina, com o meu nome e esta referência, em frente ao lugar onde ia ficar sentado, na ceia de Natal, em casa da minha avó, em Viana do Castelo.

Quem se encarregara de atribuir, a cada membro da família, o nome de um filme, imagino que correspondendo à leitura que fazia da sua personalidade, tinha sido o meu primo direito, Carlos Eurico da Costa.

Nunca vi o filme, mas quero imaginar que o Carlos quisesse caricaturar o caráter azougado daquele primo que tinha menos 20 anos do que ele. Aqui entre nós, ele conhecia-me mal: as manhãs nunca foram o meu forte…

O cinema era um vício do Carlos, desde muito novo. Conhecia meio mundo das fitas, adorava uma foto “à Bogart”, com as bandas largas da gabardine para os nevoeiros de Casablanca. Mais tarde, como Fernando Lopes declarou publicamente um dia, o Carlos viria a ter um papel importante no apoio ao novo cinema português, embora alguns tenham injustamente cuidado em cortar esse fotograma da película. Como outros o fizeram na história do “Expresso”, onde ele tem um papel que, pelos vistos, caiu na revisão das provas ou pelo lápis azul dos coronéis. Mas não vamos queimar etapas, até porque mágoas passadas não movem moinhos, nem os ventos da História.

O Carlos já entretanto tinha feito tropa, onde se metera numas sarilhadas políticas, creio que em Penafiel (note-se: isto não é uma biografia, é um texto de memória impressionista). O seu pai, Severino, ele próprio homem da escrita, tinha-o mandado para Lisboa, com uma conversa de recomendação com um familiar por afinidade, o jornalista Álvaro Salema, para que este lhe arranjasse algo que correspondesse às inclinações literatas do rapaz. Salema era então uma estrela intelectual que o jornalismo iria aproveitar bem (poucos falam já dele, infelizmente).

Lisboa era o país que mais contava para o que para o que o Carlos desejava fazer, embora provavelmente ele ainda não soubesse bem o quê. Ficar em Viana não era opção. Claro que havia coisas possíveis no Porto, em Coimbra só para quem estudasse, mas as oportunidades verdadeiras germinavam à beira-Tejo, para quem tivesse unhas para tocar futuro.

O Carlos não tinha estudado muito, eufemismo para quem tinha estudado muito pouco, mas lia bastante, tal como o pai, escrevia muito bem, aliás melhor do que o pai. Como era de regra saudável do jornalismo desse tempo, o lustro académico era perfeitamente dispensável a quem fosse ágil na pena e tivesse a cabeça aberta para saber olhar o mundo.

E tudo logo aconteceu: o Carlos, sob a mão de Salema, passou a fazer crítica de cinema no “Diário de Lisboa”. Foi tão simples como isso! Agarrou a oportunidade com as duas mãos e, a partir dali, ficou, por muitos anos, no jornalismo, onde era conhecido como Eurico da Costa. Há peças magníficas que por lá deixou.

Esteve depois na fundação de uma aventura que se chamou “Diário Ilustrado”, com Miguel Urbano Rodrigues, Vitor Cunha Rego e alguns outros. Valha a verdade que o fim deste efémero jornal teve muito a ver com ele próprio. Mas essa seria já uma outra história, mais pesada, como pesado era o “chumbo” em que ela se escreve e que não refiro por acaso.

Bem antes ou durante tudo disso, o Carlos ia escrevendo outras coisas, muito para além das laudas dos jornais. Poemas. Fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa. Ele lá está, nas fotografias que imortalizaram Cesariny, O’Neill, António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas e o resto dessa turma genial. E, ao longo da vida, foi encadernando em pequenos livros a sua singular produção poética, tributária do género, e até se aventurou em alguma obra gráfica, como era regra da imaginação multifacetada dessa corrente.

Que bom devia ser viver então essa Lisboa, com o futuro a borbulhar nas tertúlias dos cafés, com as ideias ao sabor das loucuras mansas de algumas cabeças de génio.

Como era comum à época, o Carlos foi um dia tentado a passar do jornalismo para a publicidade, uma arte profissional então em crescendo, em moda para quem tinha imaginação e cultura para a explorar.

A vida iria correr-lhe muito bem por ali, porque se revelou um az nesse domínio, onde a sua criatividade se aliava a uma até então insuspeitada capacidade da gestão. 

A Ciesa foi a casa onde se realizou, por onde passou gente como Artur Portela, Diana Andringa, Dário Vidal, Francisco Agarez, Magalhães dos Santos, e, também, à tarefa, os tais cineastas que para ali filmavam a curtíssimas peças de publicidade que lhes davam lastro de bolso para as longas metragens onde iriam imprimir um dia o seu nome. O Carlos vivia então no bairro de S. Miguel e o Vává era poiso frequente dessas noites.  

Parto agora, se não se importam, do Eurico da Costa dos jornais e da publicidade, para o Carlos Eurico que eu conheci. Porque o que me interessa é o que vem a seguir: a Lisboa em que eu o encontrei.

Quando este primo, com menos 20 anos do que ele, veio viver para a capital, o Carlos Eurico adotou-o. Passou a chamar-me para casa, para charlas, petiscos e alguns álcoois, com o casal que, entretanto, tinha criado com Maria Lúcia Lepecki, uma fascinante professora de literatura brasileira por quem se tinha deixado “embeiçar” (gosto da sensualidade física desta palavra). Era em Benfica, uma casa com gosto, “cosy” sem luxos, de que recordo numa parede umas belas máscaras tradicionais transmontanas.

A rotura com a sua primeira mulher, Magda Fonseca, uma personalidade admirável, figura intelectual e serena, fora traumática, mas eu já não fui dessas guerras, de que só ouvi ecos familiares, que não são deste filme.

Lúcia Lepecki, Maria Lúcia para nós, trazia o que me pareceu ser um sopro de juventude à vida do Carlos. Ambos juntavam, em seu redor, uma Lisboa literária e literata, que, ao meu olhar, andou sempre nas bordas da intelectualidade ligada ao Partido Comunista, de que o Carlos era um óbvio “compagnon de route” e a Maria Lúcia qualquer coisa não muito distante disso, embora com o recato que a sua condição de estrangeira impunha.

Ela dava aulas, publicava, passou mesmo, mais tarde, a ir à televisão. Era evidente que o Carlos estimulava essa afirmação, se encantava com ela. Usavam-se um ao outro, tinham por ali uma certa Lisboa, que ia da “Seara Nova” a gente dos suplementos literários dos vespertinos, como o seu terreno eleito de cómoda convivência.

Um discurso permanente contra o regime atravessava aquele cenáculo que se ocupava das polémicas intelectuais, da alguma intriga em que esse meio é sempre fértil, do teatro à crítica literária, todos unidos pela exclusão do mundo oficioso que ironizavam e desdenhavam. Era o tempo em que a esquerda era a dona incontestável da cultura, por muito que alguns bonzos ou até gente de valor, oriundos de outras áreas, se agarrasse às instituições oficiosas como tábua de salvação.

Por aquela casa andava, em jantares e noites de belos copos, uma imensidão de gente interessante, que despertava a minha curiosidade de recém aportado a Lisboa. Eu, que estava longe de ter a literatura no centro dos meus interesses, andava por ali, confesso, muito mais federado pela identidade política, nesses meus dias radicais. Mas sentia-me muito bem, nessa idade dos 20 e tal, cooptado para uma Lisboa cheia de graça, muita polémica intelectual, num registo sempre solto e sem um compromisso ortodoxo.

Lá por casa, cruzei (escrevo cruzei, não escrevo que conheci bem, note-se) Jacinto Baptista, Orlando da Costa, José Cardoso Pires (que viria a reencontrar, tempos mais tarde, na tertúlia do Procópio), Alexandre Babo, Luiz Francisco Rebello, Maria Velho da Costa, Jacinto do Prado Coelho, Ruela Ramos, Alberto Ferreira, Júlio Moreira (com quem viria, anos mais tarde a fazer noitadas em casa de Bartolomeu Cid), Urbano Tavares Rodrigues e alguns outros mais. A agregação das gentes não era sempre feita pela mesma lógica, havia pessoas menos compatíveis, às vezes com gente do Brasil à mistura.

A política esteve sempre na alma do Carlos. O passado que nesse domínio o marcara mantinha-se sempre presente nas conversas. Os seus relatos do treino noturno de pistola, com Zeca Afonso e José Borrego, um amigo até ao fim da vida, na foz do Lizandro, “para o que desse e viesse”, como ele dizia, “até à revolução que, mais cedo ou mais tarde, aí virá”, eram deliciosos.

O Carlos era, aliás, um extraordinário contador de histórias, que adjetivava com grande criatividade e até alguma mitificação à mistura. Ouvi-lo descrever, como se daquilo tivesse sido repórter visual, a morte do nosso bisavô paterno, um jogador do pau, no Tamel, ao cair de um muro, num acidente no meio de uma rixa, a defender o direito dos ingleses, que ali estavam a construir o caminho de ferro, de não se ajoelharem à passagem de uma procissão católica, era uma cena de um filme a sair da sua boca.

Foi lá em casa que, em algumas noites, encontrei Carolina Loff, a Carol, essa figura mítica que tinha andado pelo PCP e pela Guerra Civil de Espanha, cujo percurso romântico e político deu origem a livros. O Carlos suscitava-lhe episódios das suas aventuras, mas a Carol, familiar da sua primeira mulher, contida, só ia alambicando para a conversa o que achava que podia dizer, porque o pudor político lhe travava os relatos de vida, de Moscovo a Madrid, para a qual não chegaria um grande romance. Como diz a canção, para sempre, isso soube-me a pouco.

O Carlos, parecia-me, vivia deliciado por poder usufruir, sem uma contradição aparente, os dois lados da vida, conseguindo ser um gestor de sucesso, diretor-geral da Ciesa, e ter uma convivência intelectual com um outro Portugal, que parecia já prenunciar o que de novo estava para chegar, dali a pouco, nesse início dos anos 70, no apodrecimento pressentido do regime.

A Maria Lúcia, com quem o Carlos vivia uma espécie de lua de mel tardia, era o seu confortável alibi para essa colagem de mundos. Foi um tempo feliz, fácil, estimulante e eu fui frequente testemunha dela.

Por essa época, contudo, minha vida ia já sendo outra. Ainda estudava, mas já trabalhava, casara e fora apanhado pela tropa. Para além de umas convivências mais lúdicas, que saltitavam entre tascas em voga, alimentava uma outra frequência noturna, que ia da Granfina ao Montecarlo, parando em fins de noite no Bolero. Eram, contudo, menos tertúlias e mais pousos de conversa. Era aquilo que então me interessava.

Passei a tocar o mundo do casal Carlos Eurico-Maria Lúcia com menos frequência. Mas não com menos afetividade: estávamos juntos nas ocasiões possíveis. E, sempre, os nossos 20 anos de diferença estiveram, desde cedo, diluídos numa relação muito próxima.

E veio o 25 de Abril. Por casa do Carlos passara entretanto, numa história que alguém já contou, a edição do “Portugal e o Futuro”, pela mão de Paradela de Abreu. Depois, gente que, de dia, andava de farda do MFA, esgueirava-se para lá, à noite ou ao fim da tarde, para conciliábulos, nesses tempos agitados, com algumas noites a acabarem no Botequim de Natália Correia. 

A Ciesa, com a publicidade em crise, teve de reconverter-se para o tratamento especializado da informação destinada a empresas. O Carlos convidou-me para essa aventura.

De um dia para o outro, vi-me por ali num gabinete esconso com o Pedro Moutinho, uma cara famosa de locutor da rádio e da televisão, que os novos ventos tinham afastado da Emissora Nacional.

O Carlos, generoso, tinha-o acolhido com solidariedade, num gesto humano de grande mérito. Andei por ali uns tempos, ganhando escasso dinheiro, mas que me fazia muita falta, tentando compatibilizar aquela muito matutina atividade com o meu agitado serviço militar. Foi graças ao Carlos que a empresa se aguentou. Foi ele quem salvou a Ciesa.

Mais tarde, sob impulso do Carlos, eu, o José Silva Pinto, o Francisco Vale (esse mesmo, o da “Relógio de Água”), mais tarde com Manuel Beça Múrias e Cáceres Monteiro, criámos um produto chamado “Análise da Informação”, que, por alguns anos, muito nos ajudou as bolsas, diga-se. Comigo já diplomata, a trabalhar nas escassas horas vagas.

E a vida dele? Essa continuava, sempre com procurada alegria e aparente felicidade.

Um fim de tarde de 1975, Carlos Paredes, que o comandante Costa Correia, que dirigia o primeiro processo eleitoral que ia decorrer em liberdade, tinha conhecido através do Carlos Eurico, foi a casa deste, guitarra na mão, apresentar sugestões para a banda sonora de um “spot” televisivo e radiofónico, destinado a mobilizar as pessoas a votarem nessas eleições.

Recordo a cena. O músico e compositor chegou, com o seu ar muito modesto, um andar desengonçado, como que a pedir desculpa por ali estar. Eu estava, confesso, fascinado por poder conhecer pessoalmente o autor dos “Verdes Anos” e, recordo-me, sentei-me, em frente do guitarrista, enquanto este ensaiava algumas hipóteses de fundo musical para o anúncio que tinha preparado. Dedilhou quatro ou cinco temas e, nas pausas entre cada um, dizia coisas assim: “Não sei o que acham! Esta parece-me fraquita…” ou “só me saiu isto…” ou “se calhar, isto precisa de ser muito melhor trabalhado!”. A mim, cada uma parecia melhor do que a anterior! O Costa Correia e o Carlos Eurico pareciam partilhar “l’embarras du choix”, mas lá acabaram por eleger o tema que, durante semanas, e para o património histórico do futuro, passou a fazer parte do nosso quotidiano televisivo e radiofónico.

Abril era a alegria e o usufruto do convívio. Com o Carlos e a Maria Lúcia, passámos então algumas deliciosas férias de verão. Alugámos em Monte Clérigo uma casa de pescadores, que se enchia de amigos e conversas, bem amesentados e melhor regados. 

Em algumas madrugadas, o Carlos partia dali à caça. Ele tinha sido o autor do trabalho clássico “A Caça em Portugal” e, como acontece com os furiosos dessa arte, gabava-se de feitos e juntava-se a outros com igual vício. E, pelas madrugadas, lá iam para o abate dos pobres bichos. Bem me procurou seduzir para a prática, mas à minha falta de jeito eu juntava a nossa eterna e única incompatibilidade: a leitura contrastante sobre a bondade dos horários matutinos…

O Carlos era também um emérito pescador. Ainda me levou ao engano, uma manhã, para a zona de Vila Franca, em que me recordo que só fui perdendo os iscos que punha nos anzóis. Mais tarde, da herdade do Pinheiro, onde tinha usufruto de uma casa, zarpava de cana para pescarias. Há meses, um dos filhos revelou-me esta deliciosa lição escrita da relação com o peixe que um dia ele lhe passou:

Paulo. É aquela ágil e também mental forma de pressentir onde está o peixe: o vento, a cor da água, o seu revoltear, a sensibilidade para pressentir onde está a presa. “Cheira-se” o vento, regarda-se a espuma das águas nas rochas, a sua transparência. E depois – é pelo instinto. Olhar sempre as nuvens e nunca estar de costas para o mar, para a onda. Agosto 89”.

A vida de todos nós mudou. Fui viver para o estrangeiro e, nas visitas a Lisboa, apercebi-me de que a existência do Carlos havia dado, entretanto, muitas e menos agradáveis voltas. No emprego, o seu prazo terminou, cifrou-se num cheque final e num ponto, também final e abrupto, na profissão. Algumas outras tarefas mantinham-no ligado a certas atividades. Mas era já tudo pouco estimulante, precário. 

Pior: a Maria Lúcia saíra entretanto de cena, em moldes algo traumáticos. A facilidade e a alegria foi-se esvaindo. O Carlos teve de arrumar casa, em tempo menos farto, tempo em que já estava farto de mudar de casas. Ainda manteve a pesca, mas a caça deixou de ter espaço. A saúde não ajudou e o que escolhia como soluções para travar as tristezas não ajudavam essa mesma saúde.

Amigos desapareceram, alguns pela idade, outros pelo feitio, outros porque o Carlos os ia enxotando, porque um ou outro jantar, com exageros a mais, tinha corrido mal. Às vezes era a política, outras vezes eram aquelas caturreiras que torna as pessoas ácidas, sem paciência para os outros, cansando-os deles. O Carlos ia-se agarrando à vida com algumas bengalas de afetividade, com amores de ocasião, com ligações de velhas solidariedades, sempre com alguma excelente família, embora não com toda. Antigos conhecidos foram-lhe ingratos. Ele sofria com isso, irritava-se, irritava às vezes o mundo à sua volta, entristecia, entristecia-nos.

Lisboa é uma terra onde a multidão que nos rodeia, de um instante para o outro, sem desaparecer, deixa de aparecer. As pessoas continuam lá, mas os telefones não chamam ou, pior, não atendem, a disponibilidade reduz-se, a paciência dos outros desaparece, fica o “um destes dias marcamos um almoço. Sem falta!”.

Ninguém tem a solução certa para viver com declive irreversível. Sempre que o encontrava, era para mim evidente que o Carlos Eurico ia percebendo que tinha cada vez menos na mão essa solução. E, repito o que não disse, aquilo com que procurava remendar esse quotidiano mais desagradável só o desajudou.

Carlos Eurico da Costa morreu em 1998, com apenas 70 anos. Era de Viana, fez-se de Lisboa. Era um espírito brilhante, criativo, inventivo, às vezes cáustico, imensas vezes solidário.

Escreveu menos do que poderia e deveria ter feito, viveu muito e muitas vezes bem, teve imenso sucesso profissional, grandes amigos, alguns bons amores e esteve em belas lutas. Teve ao seu lado, até ao último momento, alguém do mesmo sangue, que nunca lhe falhou, e isso deve ter-lhe sido inestimável. E, sempre, até esse fim, com um sorriso malandro, quase adolescente, que lhe saía do bigode, nunca deixava de lançar uma graça, onde despontava uma crença imensa no futuro, que, já sem ele, ficou, até ver, apenas para nós, os que agora sentimos saudades dele!


Francisco Seixas da Costa

Nasceu em Vila Real, em 1948. Aos sete anos, veio a Lisboa, de Foguete. Viu a seleção perder no Jamor contra a Suécia. Em 1968, mudou-se para cá. Depois, por quatro décadas, flanou diplomaticamente entre oito países. Em 2013, aposentou-se. Mais ou menos.

Entre na conversa

15 Comentários

  1. Penso que deste uma imagem excelente do teu primo. Parabéns pelo excelente «quadro» que criaste. Com o se fosses pintor…mas a imaginação expressa em escrita, desta forma é obra! Parabéns, com saudade do nosso «velho» …que tinha tanto de novo!

  2. Lembro tão bem das tertúlias na casa de Carreço com o bisavô,Maria Lucia Lepeki e tio Carlos…nos meus ingênuos 18 anos adorava ouvi los e quando o tema era sobre um dos meus escritores favoritos..eram momentos maravilhosos inesqueciveis…obrigada por mos ter feito recordar …Saudades desta familia que também foi minha infelizmente por pouco tempo mas o suficiente para eu ter aprendido tanto!!!!beijinhos

  3. Parabéns pelo bonito e sensível texto. Contudo, uma correcção impõem-se: o Carlos Eurico da Costa não pertenceu ao Grupo Surrealista de Lisboa (de O’Neil, Lemos, António Pedro, etc) mas sim ao anti-grupo “Os Surrealistas” fundado por Cesariny, Cruzeiro Seixas, etc. Mário Cesariny foi o único membro de Os Surrealistas a pertencer aos dois movimentos, tendo fundado o 2º precisamente por ter entrado em ruptura com o 1º. A fotografia que menciona, se não me engano, não inclui o O’Neill mas sim o Mário Henrique Leiria. Abraço

  4. Caro Carlos Cabral Nunes. Muito obrigado pela sua precisão, que proximamente vou usar para corrigir o texto, noutros suportes. Eu estou longe de ser um especialista no Surrealismo e nas suas “balcanizações” grupais. É um facto que a fotografia que refiro não tem o O’Neill, tal como uma em que está o António Pedro e o O’Neill “sem mão” não tem o CEC. É essa a graça do surrealismo!

  5. Cara Filomena. Ainda bem que gostou. Num tempo que em, por vezes, se dá um destaque desmesurado a certas coisas, achei interessante tentar dar uma nota, de forma assumidamente impressionista e pessoal, sobre o que foi a vida em Lisboa de uma pessoa que “subiu à corda” a árvore da existência, com os percalços que ela sempre nos traz. E gostei da referência às conversas na casa de Carreço, a que os meus tios chamavam o “Socairinho”. Um beijo.

  6. Dois excelentes textos no mesmo dia.
    O referente a Aristides de Sousa Mendes e este.
    O que pode um leitor assíduo pedir mais?

  7. Sr. Embaixador. Trabalhei numa Agência de Publicidade durante 16 anos até ao seu encerramento, em 1977, com um grande amigo de seu primo, que também o refere, das tertúlias (Orlando da Costa). A Agência, por força do 25 de Abril, (as comissões de trabalhadores tomaram as rédias, ex.TAP), conta importante). Aguentou-se até 1977.
    O seu primo convidou, várias vezes, para o Orlando ir para a Ciesa. o OC, aguentou até ao fim, até sair o último funcionário e termos vendido todo o recheio ao recém criado Sindicato da Função Pública. Só aí, aceitou o apoio do seu amigo. Fui amigo do OC até à sua morte, oito anos após o CEC. Recordo a amizade que os unia e também a nobreza do Orlando.

  8. Muito obrigado pelo seu testemunho. Recordo o sorriso bom do Orlando da Costa, a sua voz agradável e a conversa culta e amável, própria da figura de um homem de bem e de princípios, de que sei que os filhos se orgulham muito.

  9. Um testemunho fascinante. Encontro-me de momento a fazer um trabalho de investigação nos quais reside, entre outros nomes esquecidos do Surrealismo português, o Carlos Eurico da Costa. Pergunto se haverá alguma forma de localizar alguns textos, poemas e outros feitos artísticos dispersos, entre os quais Os Poemas Inundados de Ibrahin Caúl, dos quais nem o próprio Centro Português do Surrealismo da FCM parece ter conhecimento. Obra fascinante, mas infelizmente pouco difundida e de difícil acesso. Obrigada!

  10. Cara Ana. Se me puder enviar o seu email por mensagem no Facebook ou no meu blogue Duas ou Três Coisas posso tentar colocá-la em contacto com quem conhece melhor toda a obra de CEC. Cumprimentos gratos pelo seu comentário

  11. Caro Francisco Seixas da Costa,
    deixei-lhe já uma tentativa de contacto por mensagem privada no Facebook. Agradeço-lhe desde já o seu cuidado.
    Cumprimentos!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *