Projetado no fim do século XX e construído no início do seculo XXI, o bairro Colinas do Cruzeiro, em Odivelas, resultou do objetivo da Câmara Municipal de Odivelas de criar uma nova centralidade urbana às portas de Lisboa. Quase duas décadas depois, os moradores queixam-se do caos no estacionamento, das difíceis acessibilidades, da falta de transportes públicos, de espaços verdes e de ciclovias que permitam o acesso a formas de mobilidade suave. Problemas que se resolvem com vontade política, mas também com maior civismo.

Constituída por uma matriz urbana de média densidade, domina na urbanização Colinas do Cruzeiro o uso habitacional, em prédios altos e com comércio nos pisos térreos das principais avenidas. Escolas, espaços de saúde, bancos, restauração, parques infantis, equipamentos desportivos e até o fácil acesso ao Centro Comercial Strada tornam o bairro atrativo, mas nem tudo há o reverso, ou os reversos, da medalha. O planeamento da urbanização tinha previsto um determinado número de loteamentos, contudo, ao longo dos anos, este acabou por triplicar.

Pelo bairro das Colinas, são vários os edifícios em construção – todos com garagens previstas. Foto: Inês Leote

Aumentando o número de edifícios, aumenta o número de viaturas por agregado familiar, logo o que tinha sido projetado para garantir uma circulação e um estacionamento corretos e funcionais na urbanização, perdeu eficácia.

E o estacionamento é mesmo o maior problema no bairro das Colinas do Cruzeiro, que, de acordo com uma fonte da Câmara Municipal de Odivelas, na área da mobilidade e planeamento da cidade, contou, na sua origem, com “passeios generosos, vias de circulação largas e com a quantificação de estacionamento regularmente prevista a nível de habitação.”.

O uso abusivo de estacionamento traz outro grande problema. A dificuldade de deslocação das pessoas com mobilidade reduzida. Foto: Inês Leote

Apesar de o delineamento nem sempre ter tido “as melhores soluções urbanísticas”, reconhece a mesma fonte, o planeamento foi feito para que cada andar ou loteamento tivesse direito a parqueamento privativo, o que se traduzia numa garagem com 2 lugares por família, havendo até casos em que as garagens tinham capacidade para 3 ou 4 carros. A somar aos lugares de estacionamento previstos no espaço exterior, garantia-se uma boa circulação pela urbanização, uma vez que haveria estacionamento suficiente para todos. Ora, não é isso que acontece.

Terá sido esta a grande questão que esteve na origem da criação, por volta de 2009, de um grupo no Facebook de moradores do bairro (que ainda hoje se mantém ativo e tem mais de 9 mil membros) e que conduziu à formalização, em 2018, da Associação dos Moradores das Colinas do Cruzeiro, com a intenção de resolver os problemas do bairro e para ser a ponte entre a Câmara Municipal de Odivelas, os moradores e os restantes serviços. “Começámos por ser um grupo online, mas acabámos por perceber que era necessária uma coisa mais séria, com número de contribuinte inclusive” diz Vera Duarte, presidente da associação.

Há problemas, mas também há soluções à vista

Presidente da Associação de Moradores, Vera vive e trabalha no bairro. É no seu trajeto diário que se depara com a “falta de civismo” dos moradores e visitantes das Colinas . Foto: Inês Leote

Para Vera Duarte é claro o maior problema do bairro onde vive: o uso abusivo de estacionamento nas vias de circulação e até em cima de passeios, que provoca muitas vezes o abatimento dos mesmos, essenciais para a deslocação da população. “Há falta de estacionamento, mas também há falta de civismo por parte dos moradores”, diz a presidente da Associação dos Moradores das Colinas do Cruzeiro.

Sabemos que o rácio para o cálculo de estacionamento já não é o mesmo. Nem pode. Se há alguns anos, o máximo que havia era um ou dois carros por família, hoje este número pode chegar a 3 ou 4 carros. Contudo, esclarece Vera Duarte, também se verifica que um número considerável de moradores não usa a garagem, uns alegando dificuldades com as manobras de condução, outros porque optam por dar outra utilização a esse espaço e outros ainda por “simples preguiça”.

Apesar de todos os edifícios terem garagens, os moradores transformaram os espaços de entrada e saída em parques de estacionamento. Foto: Inês Leote

A existência de dois parques de estacionamento – um na parte de cima da urbanização, perto da gelataria Choco & Nut, a 10 minutos do centro, e outro perto do Pavilhão Multiusos de Odivelas – não alivia o problema. Ao contrário do que seria de esperar, “ninguém os utiliza, porque preferem levar o carro quase para dentro da loja ou mesmo à porta de casa”, diz Vera Duarte. Ainda que isso implique que o carro fique mal-estacionado, acrescentamos nós.

Portanto, há um conjunto de fatores que somados sobrecarregam (em muito) as vias públicas e passeios:

• As famílias têm mais carros;
• As pessoas não utilizam as áreas de parqueamento para parqueamento e o automóvel acaba nas estradas e passeios, originando uma sobrecarga das mesmas;
• Os espaços ocupados por viaturas comerciais, pertencentes a escolas de condução, lojas, restauração, etc., para cargas e descargas e estacionamento
.

Existem soluções que poderiam mitigar este problema e, quanto a estas, Vera e a Câmara Municipal de Odivelas estão em sintonia.

“Campanhas para identificar os diferentes parques de estacionamento, de modo a evitar o excesso de viaturas nas avenidas” é uma delas. “O estacionamento tarifado, para conseguir maior rotatividade em áreas de maiores exigências de estacionamento e evitar aquilo que são os veículos fixados, durante dias ou semanas, mas obviamente com políticas para moradores” é outra, decerto menos popular e consensual.

Um dos parques de estacionamento da urbanização, quase vazio, que se encontra a 10 minutos a pé da Avenida Miguel Torga – ou seja, do centro das Colinas. Foto: Inês Leote

Autarquia e Associação de Moradores concordam, ainda, numa maior fiscalização por parte da PSP, com multas para quem estaciona em lugares não autorizados, que garantiria uma diminuição do estacionamento em cima de passeios, abatidos e degradados por esse mau uso. A PSP não dispõe, no entanto, ainda, de um número de efetivos suficientes para garantir esta fiscalização.

Seja como for, algumas medidas têm sido tomadas, apesar de insuficientes. Foram realizadas obras ao longo da Avenida Pulido Valente, no sentido de transformar alguns “lugares de estacionamento normal por lugares de estacionamento em espinha, possibilitando assim um aumento de 60 lugares”, dá conta Vera Duarte.

E existe um projeto para a criação de um equipamento desportivo e ginásio, perto do Pavilhão Multiusos de Odivelas, que contará com uma grande plataforma de estacionamento. “Sem número preciso ainda de lugares, sabemos que irá ser expressivo, podendo rondar os 150”, garante fonte da Câmara Municipal de Odivelas.

O passeio largo na rua da Escola Básica António Gedeão é ocupado por lojistas e moradores. Foto: Inês Leote

Há, portanto, alternativas. “Falta só uma coisa: as pessoas quererem deslocar-se a pé, sem ter que estacionar o carro em frente à loja ou à porta de casa.”, insiste Vera Duarte.
Outros dos motivos que provoca o caos automóvel na urbanização é a ausência de uma rede de transportes mais alargada e reforçada. São apenas três os autocarros que passam por dentro da urbanização, muitas vezes, com horários desfasados, não permitindo à população outra alternativa que a utilização do automóvel. Mas também para este problema há soluções à vista.

Está prevista para o início do ano de 2023 um reforço da rede de transportes públicos. “Foi feita uma recolha das áreas com maiores problemas e a urbanização das Colinas do Cruzeiro será abrangida. Os motoristas já foram recrutados e irão chegar durante o mês de novembro e dezembro, para iniciar trabalhos no início do próximo ano”, diz fonte da autarquia, que garante que haverá um aumento significativo de autocarros e horários, possibilitando assim uma diminuição da dependência automóvel e libertando espaço nas vias de circulação. Pelo menos, é esse o objetivo.

Falta de planeamento ou de uma comunidade mais consciente?

O uso abusivo de estacionamento traz outro grande problema. A dificuldade de deslocação das pessoas com mobilidade reduzida. Os passeios, que deviam ser para os peões, estão frequentemente ocupados por carros, como já se viu.

A dúvida é se o problema resulta de falta de planeamento no sentido de criar espaços públicos mais acessíveis e adaptados a pessoas com mobilidade reduzida ou se a sua origem é mais grave: uma comunidade sem consciência cívica e que não pensa no próximo.

Marisa e Carla são duas mulheres que vivem há 8 anos na Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL), nas Colinas do Cruzeiro. Deslocam-se em cadeira de rodas e são muitas as dificuldades e obstáculos que enfrentam quando se deslocam na rua.

Marisa Lino tem 38 anos e nasceu com uma deficiência motora que a obriga a deslocar-se de cadeira de rodas. Até há 8 anos, vivia na casa dos pais, mas o prédio carecia de acessibilidades e a opção foi ir viver para a instituição. Dá apoio à receção e à coordenação e é responsável pelas inscrições na creche. Faz, por isso, uma vida autónoma. Contudo, conta como enfrenta dificuldades sempre que sai à rua “carros em cima de passeios e passeios estreitos são os maiores obstáculos. Não permitem uma boa mobilidade com a cadeira pelas ruas”.

A OMS elaborou um guia internacional com parâmetros para orientar o desenvolvimento urbano e estabelecer melhores acessibilidades:

• Calçadas com superfície plana, antiderrapante e com largura suficiente para circulação de cadeira de rodas;
• Os passeios devem ser rebaixados ao nível da rua, e o caminho deve estar livre de obstáculos;
• Garantir a existência de estruturas como rampas e passadeiras ao mesmo nível das calçadas;
• Cruzamentos mais seguros, com contagem regressiva visual e sinais sonoros.

Os acessos estão feitos, não são é respeitados, ou seja, são eliminados frequentemente pela falta de civismo dos restantes cidadãos. Uma volta que pode ser pequena e até fácil torna-se num pesadelo, “já me aconteceu vir pelo passeio e a parte que estava rebaixada para descer ter um carro estacionado. Tive de voltar para trás o passeio todo e dar a volta, porque a alternativa era ir pela estrada e pôr a minha segurança em risco”, diz Marisa.

Vai mais longe, contando que chegou a ser atropelada há seis anos. O motivo é o de sempre, o mau e excessivo estacionamento. “Os carros estacionam na via, mesmo antes da passadeira, tapando o ângulo de visão para quem circula na outra via”.

Carla e Marisa têm mobilidade reduzida e vivem numa instituição nas Colinas do Cruzeiro. Testemunham diariamente a dificuldade de se deslocarem autonomamente, devido à falta de acessibilidades, ao estacionamento desordenado e ao trânsito automóvel. Foto: Filipa Correia

Também Carla Anacleto, de 45 anos e residente na associação, vivia até há oito anos na casa dos pais. Sofre de uma ataxia muscular progressiva, afetando a sua coordenação e mobilidade, que também a faz ter de se deslocar numa cadeira de rodas. Para ter uma melhor qualidade de vida e “libertar os pais”, decidiu aceitar a vaga da instituição para ali morar.

Mas a sua autonomia e qualidade de vida são diariamente afetadas. “Os automóveis em cima dos passeios e a sinalização que existe e não é respeitada” são os seus maiores obstáculos. A sinalização, seja ela vertical (incluindo placas de trânsito e semáforos) ou horizontal (constituída pelas marcas no pavimento das estradas), “não é respeitada pelos automóveis, que, inclusive, muitas vezes não param nas passadeiras. É preciso ter muito cuidado, pois se não formos nós a parar ninguém para. Passam a alta velocidade e muitas vezes nem nos veem”.

Medo, insegurança e desconforto são sentimentos que prevalecem em Carla e Marisa. Chegam mesmo a questionar se devem sair de casa ou, pior, se, saindo, voltam. A acessibilidade deve ser algo de e para todos, mas a luta pela acessibilidade no espaço público tem moldado a vida de ambas nos últimos anos. E, apesar de mudanças ao longo do tempo, ainda há muito caminho por percorrer.

Combater o excesso de estacionamento com ciclovias e espaços verdes

A solução para o trânsito e estacionamento caóticos do bairro das Colinas do Cruzeiro passa mesmo pela diminuição do uso de viatura própria e pela articulação, cada vez maior e mais eficaz entre autocarro, metro e meios de transporte alternativos, de mobilidade suave, como a trotineta e a bicicleta.

Está prevista, de acordo com a Câmara Municipal de Odivelas, a finalização do projeto de unir a estrada da Paiã à Pontinha com ciclovias, por ser “algo essencial para muitas pessoas”, apesar de a procura por formas de mobilidade suave, no concelho de Odivelas, não ser, ainda, enorme. “Mas existe e existindo os projetos são para trabalhar nesse sentido. Aquilo que eventualmente se pondera é fazer faixas nas vias para ciclovias. Ou seja, não ser uma ciclovia propriamente dita, mas ter ali um meio-termo de limitação de uma área para ciclovias nas faixas de rodagem”, revela fonte da Câmara Municipal de Odivelas.

Menos carros, mais uso do autocarro, bicicletas e caminhadas. Uma realidade em estudo para o futuro.

Com a reconstrução do Mosteiro de D. Dinis, serão garantidas novas ligações entre as áreas envolventes de Odivelas. O objetivo é garantir as ligações das Colinas do Cruzeiro ao Parque da Cidade, estando previsto ao longo da linha de água uma zona ciclável e pedonal. Será algo mais natural, “mas igualmente impermeável e compactado com agregante”. Tornar-se-á num grande espaço verde e central que irá unir, finalmente, a parte antiga de Odivelas, a Arroja e as Colinas do Cruzeiro e o Pavilhão Multiusos.

Um exemplo da “falta de civismo” é o estacionamento que impede a recolha do lixo, diz Vera. Foto: Inês Leote

O novo Parque da Cidade irá nascer nas imediações do Mosteiro de Odivelas e terá, ainda, uma zona mais arborizada e outro espaço verde mais amplo. “Haverá uma zona onde será possível ter um palco para espetáculos e eventos, que pode ser retirado posteriormente e ficar zona ampla.” Lagos, pontes suspensas, cascatas e até piscinas e zonas de restauração é o que está previsto. E mais importante, para muitos, irá contar com pelos menos 400 lugares de estacionamento.

A abertura está prevista para o final do ano de 2023, sendo que os planos para a mobilidade e ligação entre os transportes coletivos e formas de mobilidade suaves podem ser de pequeno, médio, longo prazo de realização, mas a promessa é que serão postos em prática e que a vida da cidade irá melhorar.


* Filipa Correia tem 22 anos, nasceu em Lisboa e cresceu no Fundão. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e voltou à cidade onde nasceu para ser o que sempre quis ser:  jornalista. Está a estagiar na Mensagem de Lisboa. Este texto foi editado por Catarina Pires.

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6 Comentários

  1. “a procura por formas de mobilidade suave, no concelho de Odivelas, não ser, ainda, enorme”

    Isto só pode ser uma piada de muito mau gosto. Odivelas tem 2 estações de metro que movimentam anualmente milhões de passageiros e 0 (zero) acessos por ciclovia. Isto com dezenas de milhar de pessoas a viver a menos de 10 minutos das estações.

    A propósito do estacionamento, desafio a A Mensagem a visitar a verdadeira selva (tem uma floresta no meio) que é o estacionamento na estação do Sr. Roubado, onde há um enorme espaço ocupado por ervas daninhas… rodeado por dezenas de carros encavalitados ao ponto de certamente não passar um dia sem que um deles provoque um acidente. Um carro mais largo após as 8h nem sequer lá consegue entrar (carros de bombeiros só se tiverem lagartas).

    Obrigado por mais um bom artigo, e espero que escrevam mais sobre Odivelas, casa de 150 mil pessoas.

  2. Se andarem pelas colinas, só existem carros mal estacionados, morei durante 17 anos, nessa selva urbana, e as minhas viaturas nunca ficaram mal estacionadas, (e sim tinha garagem, mas 2 ficavam cá fora, mas sempre procurei lugar ) algumas das viaturas que estão estacionadas nos passeios pertencem a pessoas com cargos públicos e com consciência moral. Não basta escrever que é preciso aquilo ou outro, deem uma volta e vão ver apenas carros nos passeios….tenham consciência pelos outros…

  3. Colinas do cruzeiro porque? Sim e verdade o que diz a reportagem o problema e que isto acontece em todos os bairros não só ali … este país só funciona assim …com segregaçoes … Tem que haver varridela política norte a sul e de este a oeste … O que interessa e continuar a construir mais .. eu moro nas colinas .. e já deviam ter parado de construir prédios mas e …. Esse e o problema … O lucro das grandes empresas … Que por sua vez vao endividando os tansos que querem as vidas que veem nas televisões enfim … Eu n devo nada a ng faço parte dos 7% que n deve dinheiro a bancos nem a senhorios .

  4. Já lá vão 20 anos quando visitei as colinas do cruzeiro à procura de apartamento pra comprar. Percebi que se iria transformar rapidamente numa selva: planeamento, avenidas largas, estacionamento, no plano original é de riso.
    Optei pela alta de Lisboa. Aí, sim, as avenidas são largas, os passeios têm espaço, há parques e ciclovias.

  5. Porque será que as pessoas deixam os carros na rua e não nas garagens?

    Maior parte das entradas das garagens nas Colinas do Cruzeiro são uma vergonha, deve haver poucos carros que não batem ao entrar e sair

  6. Vivo em Odivelas desde 1984, testemunhei o nascimento de zonas como o Chapim, Ribeirada, Colinas etc, etc, etc, e não é só as Colinas que sofrem com este problema mas claro, é a zona da moda, até surgir outra. O que é degradante é ver toda a minha cidade a sofrer com um mau planeamento de circulação automóvel, falta de fiscalização e outras situações que desesperam a população residente. Não é que não exista obra, Odivelas é uma cidade consciente com uma presidência atenta, mas é preciso limitar e proibir de forma a abrandar o crescimento desenfreado sem as respetivas infraestruturas. Odivelas não é só Colinas Odivelas é uma cidade com história e tem necessidade de preservação.

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