Receba a nossa newsletter com as histórias de Lisboa 🙂

A processar…
Feito! Obrigado pelo seu interesse.

TW Hawk anda descalço pelo seu apartamento na Bica, em Lisboa. Diz que não é seu hábito, mas que “é bom ter os pés assentes na terra”. “Está demonstrado que a atividade cerebral aumenta quando tens os pés assentes na terra”, garante.

Há seis meses em Lisboa, viveu três anos em Amsterdão antes de chegar cá. Nova iorquino nativo, TW passou a maior da sua vida em Hollywood, Califórnia. Tem sido uma viagem e tanto, mas a Califórnia parece estar-lhe definitivamente na pele, tanto na aparência como nas vibrações que passa. Como ele diz: “Sou um tipo de Hollywood”.

YouTube video

TW decidiu viajar para Hollywood depois de ver O Jogador, com Tim Robbins no principal papel – sobre um produtor cinematográfico que é apanhado numa teia de chantagem e crime. O filme inspirou TW a querer trabalhar no mundo do cinema. Uma vez chegado a Hollywood, o acaso levou-o a cruzar-se com Robbins num encontro com a imprensa. Foi um sinal – um bom sinal. Aconteceu que TW ainda tinha o bilhete de cinema de O Jogador na carteira e disse a Robbins que o filme dele tinha sido a sua inspiração. E agora tem o orgulho de exibir a assinatura do ator no bilhete, que continua a trazer consigo até hoje. Um bilhete de cinema com 30 anos.

A primeira estreia de TW em Hollywood não correu nada mal. Foi o produtor executivo de um dos sucessos de bilheteira dos anos 1990 10 Coisas que Odeio em Ti. “Fui a primeira pessoa a ler o guião. E vendi-o à Disney”. Trabalhou também no filme Rounders – A Vida É Um Jogo, que teve como protagonistas os então jovens Matt Damon e Ed Norton. “Vendi o guião à Miramax em março e em novembro estávamos a filmar. Foi um tempo excitante”.

Apesar do glamour, TW acabou por se sentir desgastado com o estilo de vida de Hollywood. “Fiquei desiludido com a forma como as coisas funcionavam. Ansiava por alguma coisa com mais significado na vida. Senti um chamamento, uma sensação de que tinha que fazer algo mais, de que aquilo não estava a funcionar para mim. Foi então que decidi embarcar numa viagem de exploração – uma viagem interior”.

Algumas forças cósmicas conjugaram-se para que TW desse um rumo diferente à sua vida. “Se quiser ser honesto, houve uma picada de abelha, que me fez cair da bicicleta, o que me levou a fazer muito yoga!”, brinca.

Hoje, TW considera-se sobretudo escritor. É com orgulho que mostra o seu primeiro livro – ‘How To Succeed on Purpose.’ Lê alto uma das primeiras frases do livro: “Somos fragmentos de consciência numa experiência efémera.” E repete: “Somos fragmentos de consciência numa experiência efémera.” Há alguma coisa na voz de TW que te faz querer adormecer. É hipnótico.

A calma de TW é um bem a que a maioria das pessoas aspira neste mundo mergulhado em ansiedade. É provável que tenha tido que trabalhar muito para a alcançar. É provável que tenha que continuar a fazê-lo. Uma pista de que esta probabilidade é real são os lembretes escritos à mão espalhados pelo apartamento, com mensagens e instruções sobre como manter-se positivo e a importância que isso tem. Ele chama aos lembretes “soros da verdade”. TW admite que lhe dão força. “São incrivelmente poderosos”.

Temos que falar sobre a verdade. Verdade é uma palavra importante para TW. Com efeito, Verdade é o nome que escolheu para si próprio. “Verdade não é um nome que se escolha de ânimo leve. Mas todos os nossos nomes nos escolhem, na realidade. Um nome é uma frequência vibracional”.

O apartamento de Verdade está impecavelmente limpo e organizado. Há uma guitarra elétrica encostada à parede que toca de vez em quando. Há uma secretária onde escreve encostada a uma janela virada para o rio. A vista é magnífica. Há ainda umas almofadas onde ele medita. “Muitas vezes, a minha mente está um cheia de mais para meditação, mas se estás ligado aos teus sentidos, estás no momento presente. Tudo o que tens de fazer é sentar-te e escutar. O universo está sempre a comunicar connosco e a guiar-nos”

TW tem uma vibe de guru. Enquanto medita, há incenso e sons zenful no ar. Tem uma imensa dose de sabedoria para um homem da sua idade – sendo que a sua idade é um mistério. Adivinhamos que ande pelos quarenta, mesmo que isso não faça muito sentido.

Nas ruas de Lisboa, TW fica mais jovial. Talvez seja a cor de um dia de céu azul que o alimenta com energia mais frenética. Ele admite que saiu até às cinco da manhã, na noite anterior. “Estive no Lux”. É um alívio perceber que afinal é humano e não totalmente imerso nos seus vários mantras. “Cristo transformou água em vinho por alguma razão”.

TW usa uns Nike coloridos, funky, que não destoariam num dos filmes do Regresso Ao Futuro. As suas sombras disfarçam a noitada. “Adoro Lisboa. É criativa. É inspiradora. É mágica. É um dos meus lugares preferidos no planeta Terra. A diversidade das pessoas faz da cidade uma constante fonte de maravilhamento”.

Qual é o próximo capítulo de TW? “Estou a trabalhar num romance de ficção científica. É o meu próximo grande projeto. Não posso dizer mais nada”. Poderá vir a ser um filme? “Já tenho o argumento, estou a adaptá-lo a livro”, diz com um sorriso. A viagem continua.

Parceria com o projeto People of Lisbon.


TW Hawk Bica
TW Hawk at his window, in Bica. Photo: Rita Ansone

A bee sting lead a former Hollywood producer down a more spiritual path

The movie The Player with Tim Robbins, made New Yorker TW Hawk head to Hollywood in search of a career as a film producer, but life takes many turns and TW’s has taken him on a spiritual journey, which now passes through Lisbon.

TW Hawk walks around his Bica apartment in his bare feet. He insists that it’s not his usual style. “It is good to have your feet on the earth though. They’ve measured increased brain activity when you have your feet on the ground.”

TW has been in Lisbon for 6 months. Before that he lived in Amsterdam for 3 years. Natively he is a New Yorker who spent a lot of his life in Hollywood, California. It’s been a journey. From the places mentioned he definitely seems to be mostly a Cali guy in his appearance and vibe – or, as he says, “I’m a Hollywood guy.”

TW decided to make the trip to Hollywood after seeing the movie The Player with Tim Robbins – a movie about a producer that gets caught up in the wrong sort of business. That film inspired TW to want to make movies himself. Once having arrived in Hollywood he had a chance encounter with Robbins at a newsstand. It was a sign – a good sign. It just so happened that TW still had his cinema ticket stub in his wallet. He told Robbins that his film was his inspiration. TW is now proud to show off the signature from the actor on the ticket which he still carries around with him to this day. It’s a 30-year-old ticket stub.

TW had more than a bit of success on his first Hollywood outing. Impressively he executively produced the 90s hit ‘10 Things I Hate About You.’ “I was the first person to read the script. And then I sold it to Disney.” He was also involved in the movie Rounders which starred a young Matt Damon and Ed Norton. “I sold the script to Miramax in March, and by November we were on set. It was an exciting time.”

Despite the glamour, TW eventually got worn down by the Hollywood lifestyle. “I was disillusioned with the way things were. I yearned for something more meaningful in life. I had an intuitive call to do something more, a feeling that “This isn’t working for me.” And so, I decided to embark on a journey of exploration – an investigation into myself.”

There were some cosmic forces at play in leading to TW taking another path in life. “If I’m honest, there was a bee sting, that lead me to falling off my bike, which lead me to doing a lot of yoga!”

TW now considers himself more of a writer. He is proud to show off his first book – ‘How To Succeed on Purpose.’ He reads one of the first lines in the book aloud “We are wisps of consciousness having an ephemeral experience.” He repeats the line.  “We are wisp of consciousness having an ephemeral experience.” Something about TWs voice makes you want to drift off. It is hypnotic.

TW has a level of calm that most people might aspire to in this anxiety ridden world. It’s likely he had to work on it though. It’s likely he still does. One hint at this work comes across in the fact that his apartment is dotted with handwritten notes featuring positive instructional messages. He calls the notes ‘truth serums.’ TW admits that they give him affirmation. “They are incredibly powerful.”

We need to talk about truth. Truth is a big word for TW. In fact, Truth is his self-chosen name.  “Truth is not a name you choose lightly. But all of our names choose us really. A name is a vibrational frequency.”

Truth’s apartment is clean and organized. There is an electric guitar leaning against the wall that he plays from time to time. There is a desk that he writes at with a window facing the river. The view is magnificent. There are also some cushions where he meditates on. “Often my mind is a bit loud for mediation, but if you’re in your senses you’re in the present moment. All you have to do is sit and listen. The universe is always communicating with us and guiding us.”

TW has a guru vibe about himself. As he meditates there is incense burning and zenful sounds playing. He has a whole lot of wisdom for a man of his age – his age being a bit of a mystery. We might guess early 40s, even if that seems not to make much sense.

On the streets of Lisbon, TW becomes more playful. Perhaps it’s the color of a blue-sky day that feeds how more bouncy energy. He admits he was out till 5am the night prior. “I was in Lux.” It is a relief to learn that he is only human and not too wedded to his various mantras. “Christ turned water to wine for a reason.”

TW wears colorful funky Nikes that would not be out of place in a Back To The Future movie. His shades hide the fact that it was a late night. “I love Lisbon. It’s creative. It’s inspirational. It’s magical. It’s one of my favorite spots on planet earth. The diversity of the people makes it constantly a source of wonder.”

What next for TW? “I’m working on a sci fi novel. It’s my next big project. I can’t tell you more.” Could it be a movie? “I already have the screenplay. I’m reverse engineering it,” he says with a twinkly smile. The journey continues.

Follow People of Lisbon, here.

Entre na conversa

2 Comentários

  1. A tradução em português de “sci fi novel” é “Romance de Ficção Científica” e não “Novela de Ficção Cientifica”!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *