Num jardim, no Alto de Santo Amaro, o painel de azulejos com a guitarra elétrica de rockeiro, falecido ainda há pouco… Na Estrada de Benfica, um mural com um jornalista vivíssimo, querido e de sorriso de bom malandro, armado da sua máquina de escrever e entre títulos dos jornais por onde andou… No Bairro 2 de Maio, toda a empena enorme de prédio pobre a mostrar os moradores de lá de dentro, posando para os vizinhos…

Hoje, as homenagens da cidade aos nossos heróis populares podem ser mais imaginativas e bonitas do que nomes e datas em placa toponímica. Phil Mendrix, Mário Zambujal, Mariana Duarte Santos

Lisboa pergunta-se por mais que tabuletas. Onde está a memória do Senhor do Adeus, aquele que, do passeio, nos fazia um gesto pueril e belo quando passávamos de madrugada pela Praça do Saldanha? Olha, podia ser um holograma…

Para quando uma banda desenhada sobre as viagens do poeta português e do seu companheiro da ilha de Java, Jau, sempre juntos, glórias pelo mundo fora e morte pobre em Lisboa? Olha, podia ser ao longo do muro da Tapada da Ajuda, aproveitando ser ali ao lado o cruzamento entre a Rua Luís de Camões e a Rua Jau…


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Nuno Saraiva

Lisboeta empedernido, colaborou praticamente em toda a imprensa nacional. Cartunista político, o seu traço é o traço de Lisboa, é o autor das imagens das Festas de Lisboa de 2014 a 2017, criador dos troféus das marchas, e há 10 dos seus murais nas paredes da cidade. O seu livro Tudo isto é Fado! ganhou o prémio do Festival internacional de BD Amadora. Dá aulas na Lisbon School of Design e na Ar.Co. São dele todos os desenhos na homepage da Mensagem.

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