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Vídeo: Stephen O’Regan/People of Lisbon

Campo de Ourique é a “pequena aldeia” de Carlos Moedas. “É aqui que me sinto em casa”. Já passou por vários países, foi comissário europeu em Bruxelas durante cinco anos, mas em Lisboa, para onde regressou em 2019 e onde tem estado com algumas intermitências desde que é maior de idade, só chamou casa a esta freguesia.

Para o candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, vir morar para Lisboa, em 1988, vindo de Beja, foi, “mal comparado, como chegar a Nova Iorque. Sentia que estava no centro do mundo”. Na altura, pagava seis contos pelo quarto que arrendou no quinto andar do número 27 da Rua Ferreira Borges. Hoje, reconhece que a cidade de então era “menos diversa”.

Ouça na íntegra a conversa com o candidato:

Carlos Moedas em frente ao número 27 da Rua Ferreira Borges, em Campo de Ourique, a sua primeira morada em Lisboa.

Gosta de andar a pé e de apanhar o 24, o elétrico que o leva das Amoreiras ao Chiado. Admite que gostava de ver este meio de transporte expandir-se pela cidade. Critica a cobertura da rede de autocarros de Lisboa, sublinha a necessidade de mais e melhores transportes, mas não retira importância ao papel futuro do automóvel. “Caminharemos, sem dúvida, para uma cidade com carros elétricos”, diz.

Vive em primeira mão o processo de gentrificação por que a freguesia tem passado e acredita que a manutenção do número de residentes, verificada no recenseamento deste ano, num momento em que a população da cidade recuou 1,4%, se deve ao “muito investimento estrangeiro”. Reconhece, contudo, “consequências negativas”, ligadas à valorização do mercado imobiliário, como acontece com as “pessoas que já não conseguem viver em Campo de Ourique”.

Quando levou a Mensagem às ruas da sua Lisboa, Carlos Moedas lembrou uma freguesia que tem desigualdades e afirmou a necessidade de “garantir que continua a haver diversidade”. É hoje o bairro das influências francesas, da queijaria e dos restaurantes que entretanto chegaram, mas “Campo de Ourique também é muita coisa. Ainda tem partes mais pobres”. O desafio, para o futuro, “é conseguir evitar essa gentrificação, mas também ter culturas diferentes”.


Frederico Raposo

Nasceu em Lisboa, há 30 anos, mas sempre fez a sua vida à porta da cidade. Raramente lá entrava. Foi quando iniciou a faculdade que começou a viver Lisboa. É uma cidade ainda por concretizar. Mais ou menos como as outras. Sustentável, progressista, com espaço e oportunidade para todas as pessoas – são ideias que moldam o seu passo pelas ruas. A forma como se desloca – quase sempre de bicicleta –, o uso que dá aos espaços, o jornalismo que produz.

frederico.raposo@amensagem.pt

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