A empatia é a melhor educação, mesmo depois de uma tragédia que nos destrói. Foi assim que Olga Araújo decidiu levar a vida após a morte do irmão, Bruno Candé, ator e lisboeta vítima de racismo em 2020. “Queremos construir um país bonito. Não acontece sempre, mas que estejamos alertas, porque o racismo existe e não se combate com ódio.”
E assim, sobre este mote, nasceu a AfriCandé, uma associação em Chelas, na Zona J, o bairro onde Candé cresceu.
“Obrigada, Portugal. Obrigada, África”, anunciou Olga Araújo, este sábado, na apresentação da associação que decorreu no Espaço Ka, em Chelas, que contou com a presença de dezenas de pessoas. Olga é a grande representante da associação.

Três anos após a partida do ator, pai de três filhos, a família e os amigos uniram-se para criar um novo espaço em Chelas “onde podemos falar abertamente sobre vários assuntos e chegar a pessoas que estavam na situação do Candé”, amantes de cultura e de gastronomia, e “ajudá-los a valorizar ameaças de racismo, aconselhá-los”.
AfriCandé é um lugar de reunião para “combater pensamentos, não pessoas nem cores”, através da cultura, com um foco especial no teatro infantil, mas também da celebração da gastronomia africana e da atenção às necessidades sociais da comunidade que Bruno Candé sonhava ajudar a melhorar – na pobreza e no conhecimento dos seus direitos, quando vítimas de discriminação.
A associação ainda aguarda autorização da autarquia para ocupação de um espaço no coração da Zona J.
As receitas de direitos de autor vindas do livro “O Homem que Via no Escuro – A Lisboa de Bruno Candé”, de Catarina Reis (jornalista da Mensagem) e editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, serão revertidas para a associação. Todos podem contribuir com a compra do livro, através de um donativo por MBWay ou com a inscrição como sócios.






Imagens das gravações do teaser de apresentação da AfriCandé. Fotos: Inês Leote
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