Leonoreta Leitão tem 94 anos, é conhecida como professora, escritora, poeta e ativista pelos vizinhos de Alvalade, mas há um acessório específico do seu traje diário que acabou por forjar o epíteto com a qual ficou mais conhecida: a “mulher da boina“.
A boina que, a princípio, foi cosida pela mãe para proteger a filha que contraiu tuberculose ainda na adolescência e desde então redobrou os cuidados com a saúde, mas que logo depois passou a ser o símbolo da resistência contra a mão de ferro do Estado Novo.
Uma “luta cívica” que Leonoreta travou na sala de aula e no convívio com os pares da docência e da literatura e, também após o 25 de Abril, como militante do Movimento Democrático Português (MDP/CDE) e do Partido Comunista Português (PCP), entre os camaradas, alguns vizinhos da rua Alberto Osório de Castro.
Uma tranquila via de Alvalade que durante o Estado Novo concentrava nos pouco mais dos seus cem metros tantos militantes do PCP que dentro do partido era secretamente chamada de… a “Rua Vermelha“.
As histórias da “mulher da boina” serão partilhadas ao vivo com os leitores da Mensagem de Lisboa no próximo sábado, 1 de julho, às 15:00, na Biblioteca dos Coruchéus, em Alvalade.
A conversa faz parte das atividades do grupo Vidas e Memórias do Bairro, da Câmara Municipal de Lisboa, com a exibição do documentário realizado por Ítalo Costa, seguida de uma conversa com a participação de Leonoreta Leitão (e da sua boina!).
Apareça!


O jornalismo que a Mensagem de Lisboa faz une comunidades,
conta histórias que ninguém conta e muda vidas.
Dantes pagava-se com publicidade,
mas isso agora é terreno das grandes plataformas.
Se gosta do que fazemos e acha que é importante,
se quer fazer parte desta comunidade cada vez maior,
apoie-nos com a sua contribuição: